O raro Range Rover V210 é o avô dos SUV de elevadas prestações

27/05/2022

Quando a Land Rover decidiu lançar o modelo Range Rover no mercado, em 1969, tinha como objectivo ter um modelo que oferecesse as mesmas capacidades fora de estrada dos Series mas que, ao mesmo tempo, oferecesse mais luxo e conforto aos seus ocupantes, podendo assim utilizar o automóvel nas suas tarefas na cidade e, quando assim o entendesse, poder ir para terrenos mais difíceis. A produção do Range Rover original manteve-se até 1996, sendo um dos modelos com a mais longa produção de sempre.

Durante esses 27 anos de produção, vários motores estiveram disponíveis, como os turbo-diesel de quatro cilindros em linha de 2.4 e 2.5 litros de cilindrada, assim como os motores a gasolina, todos V8 de origem Rover, com 3.5, 3.9 e 4.2 litros de cilindrada.

Como as performances não eram muito espantosas e para aqueles clientes mais específicos, que queriam aliar as capacidades fora de estrada ao conforto e às performances, existiram vários preparadores que, através das mais variadas formas, obtiveram mais potência dos motores.

Um desses preparadores era o austríaco Franz Albert, da Albert Turbo, que criou o Range Rover V210, onde aplicava um turbo ao motor V8 de 3.5 litros para este produzir uma potência de 210cv às 5000rpm, ao contrário dos 135cv originais, e o binário passava dos 250 para os 385Nm às 2500rpm, o que na época era excelente para um veículo todo o terreno, que podia assim atingir os 200km/h.

O turbo utilizado nestas conversões era desenvolvido pelo próprio Franz Albert, designado de Type 660, e produzido pela americana Rajay Industries. Além da adição do turbo, a alteração consistia também na substituição dos carburadores Stromberg pelos Weber 40, a caixa de filtro de ar foi redesenhada, assim como os colectores de admissão e de escape, que eram alterados para poderem receber o turbo. Além disso, era também adicionado um radiador de óleo, para a refrigeração ser mais adequada, assim como a entrada de ar no capot.

Para o automóvel corresponder ao aumento de potência, Franz Albert poderia equipar os Range Rover com uma suspensão melhorada, que correspondia a novas molas e barras estabilizadoras. Albert também aconselhava os clientes a adicionarem uma overdrive na quarta velocidade, para baixar os consumos e reduzir o esforço do motor.

Os exemplares transformados por Franz Albert são extremamente raros, não se sabendo ao certo quantos foram produzidos e, ao longo da história, vários foram aqueles que se perderam, sendo que hoje é pouco usual aparecer um à venda. No entanto, se está à procura de um raro exemplar destes modelos, este Range Rover Suffix A de 1972, equipado com turbo de Franz Albert está à venda na Solihull’s, no Bahrain, por 169.900 euros. De ressalvar que foi submetido a um profundo restauro e pintado na cor Sahara Dust.