Os clássicos escondidos sob a cidade de Nápoles

Estes automóveis clássicos estão a cerca de 150 metros de profundidade, debaixo da cidade de Nápoles, em Itália. E como é que foram aqui parar?

Este local repleto de automóveis e motociclos não foi construído para este propósito, já aqui existia desde do século anterior. Os túneis começaram a ser construídos em 1853 por Ferdinand II de Bourbon, como uma rede de emergência para ele poder fugir em caso de revolução, podendo passar todo o exército e os seus cavalos. A temida revolução nunca aconteceu até à morte do monarca em 1859 e os túneis nunca foram acabados.

Durante a década de 30, a câmara decidiu fazer uso do espaço, para ali guardar automóveis que foram confiscados. Nos anos 50 a entrada foi selada com os veículos no seu interior. Somente com a chegada do novo milénio, em 2005, é que o local foi redescoberto acidentalmente, quando um grupo de geólogos foram fazer a análise das condições e segurança de pedreiras situadas debaixo do Monte di Dio. As escavações demoraram mais de sete anos, tendo como ajuda um sobrevivente da Segunda Guerra, que indicou que aqueles túneis também serviam de abrigo aos bombardeamentos, pois havia enfermaria, chuveiros, colchões, fogões, todos os tipos de objectos necessário para sobreviver.

Para além dos automóveis, existem outras coisas que foram guardadas aqui, como utensílios da Segunda Guerra Mundial e uma estátua de Aurelio Padovani, líder do movimento fascista.

Após os túneis terem sido submetidos a um aprofunda limpeza, a Galleria Borbónica abriu portas ao público, como uma espécie de museu, existindo vários tipos de visitas, desde a simples visita à visita mais aventureira. A visita simples leva-nos a visitar as cisternas que abasteciam os aquedutos de Bolla e Carmignano, e que também serviram de abrigo a bombardeamentos durante a Guerra. A visita mais aventureira vai a outra cisterna, ainda com água, e a um antigo túnel, também ele com água.