Ferrari Tipo F105L
O motor F105 da Ferrari foi montado nos Ferrari 308 e Mondial, pertencendo à família de motores Dino. Este motor V8 tem 2.9L e a partir de 1980 passa a ser equipado com injecção de combustível. Em 1982 recebe quatro válvulas por cilindro, nascendo assim o Quattrovalvole, debitando 245 cv.
A aplicação mais ousada deste motor, foi na berlina de quatro portas da Lancia, criando assim o Lancia Thema 8.32. Ao contrário do que seria de esperar, este motor era construído pela Ducati e não pela Ferrari. Utiliza uma cambota de plano cruzado, ao contrário dos Ferrari, que têm uma cambota plana, as válvulas são mais pequenas e a ordem de ignição é diferente, isto para reduzir a potência para os 215 cv na forma não catalisada e 205 cv com catalisador. O Lancia Thema 8.32 foi apresentado em 1986, no Salão Turim, e o 8 significa o número de cilindros e o 32 o número de válvulas. Aquando do lançamento era o automóvel de tracção frontal mais rápido do mercado.
Renault Cléon C1J Turbo
A família de motores Cléon-Fonte da Renault tiveram uma longa vida, pois a sua produção iniciou-se em 1964 e só terminou em 2004. Estes motores de quatro cilindros em linha têm válvulas à cabeça, cambota de cinco apoios, corrente de distribuição e cabeça em alumínio.
O motor C1J tem 1.4L de cilindrada e foi utilizado nas versões desportivas do Renault 5, o GTE e o GT Turbo. O Renault 5 GT Turbo foi lançado em Fevereiro de 1985, que adicionava ao motor um turbo Garrett T2 e desenvolvia 115 cv e 160 Nm. Este motor foi também utilizado nos Renault 9 e 11 Turbo. Com a chegada da Phase II do Renault 5, em 1987, o GT Turbo também recebeu algumas alterações. O turbo Garrett T2 passou a ser refrigerado a água e óleo (na anterior versão era só a óleo). Recebeu um novo sistema de ignição, podendo assim fazer mais 500 rpm, recebeu um novo carburador Solex e assim passou a debitar 120 cv.
BMW S14
O motor S14 da BMW equipa um dos mais icónicos desportivos dos anos 80, o BMW M3 E30, lançado em 1986. Tem quatro cilindros em linha, dupla árvore de cames à cabeça, 16 válvulas e utiliza duas borboletas individuais. O S14 foi construído, tendo por base o bloco do motor M10 com a cabeça do M88, usado no BMW M1, mas com dois cilindros removidos. Existem várias evoluções deste motor, o primeiro é o S14B23, de 2.3L e que debitava 200 cv sem catalisador, ou 194cv com catalisador. Com o M3 Evolution II apareceu o motor S13B23 EVO2, onde a potência subiu para os 220 cv ou 215 com catalisador. Este aumento de potência deve-se a um perfil das cames de admissão alterado, assim como o tempo de escape, aumento da compressão e um novo desenho da admissão na cabeça. A evolução final foi o S14B25 EVO3, que apareceu no M3 Sport Evolution, com um aumento de cilindrada para os 2.5L, passando a debitar 238 cv.
Existe ainda o S14B20, que foi usado no BMW 320is, vendido exclusivamente em Itália e Portugal. A cilindrada é de 2.0L e debita 192 cv.
Ferrari Tipo F120A
Este motor, da marca do Cavallino Rampante, equipou um modelo de sonho dos anos 80, nada mais, nada menos que o Ferrari F40, lançado em 1987 para celebrar os 40 anos da marca e, segundo consta, o último aprovado pessoalmente pelo próprio Enzo Ferrari.
O motor F120A, pertencente à família Dino e foi desenvolvido a partir do motor F114B utilizado no 288 GTO. É um V8 de 90 graus e 2.9L, equipado com dois turbos IHI a 1,1bar de pressão e intercooler, dupla árvore de cames em cada cabeça e 32 válvulas no total, debita 478 cv e 577 Nm. Dos 1311 F40 construídos, 213 foram destinados ao mercado norte americano e os motores receberam o código F120D e debitavam 484 cv. O Ferrari F40 Competizione era o mais potente, com o motor a debitar 700 cv às 8100 rpm. Como curiosidade, os F40 têm três saídas de escape, as laterais vêm de cada bancada de cilindros, enquanto a do meio vem das wastegates dos turbos.
Ford-Cosworth YB
O Ford Sierra RS Cosworth foi a resposta da Ford para rivalizar com o BMW M3, lançado no mesmo ano. Para isso pediu ajuda à Cosworth para desenvolver o seu motor, o YB, baseado no antigo motor T88 ou também conhecido por Pinto. Este tem 2.0L, dupla árvore de cames à cabeça, 16 válvulas no total, injecção Weber-Marelli, um turbo Garrett TO3 e intercooler para debitar 204 cv. A meio de 1987, foi lançada uma versão limitada, o Sierra RS500, que com o mesmo motor, mas com um turbo Garrett TO4, paredes dos cilindros mais espessas, um maior intercooler, uma bomba de combustível melhor, melhorias nos sistemas de arrefecimento de água e óleo, tinha também mais quatro injectores Weber IW025 e uma segunda régua de injecção, mas estes não estavam activos na versão de estrada, passou a debitar 224 cv. Estes foram convertidos na Aston Martin Tickford.
Mazda 12A e 13B
O Mazda RX-7 SA/FB foi lançado em 1978, com um motor totalmente diferente, conhecido por motor rotativo ou Wankel. Mas foi a partir dos anos 80 que começou a conhecer o seu maior sucessor, principalmente com o lançamento da segunda geração. O primeiro motor a ser montado foi o 12A, que era uma versão aumentada do 10A utilizado no Mazda Cosmo, de 1146 cc, que com dois rotores, cada câmara de combustão tem 573 cc, desenvolvia 105 cv e posteriormente 115cv. Em Setembro de 1983, o RX-7 recebe pela primeira vez um turbo, mas sem intercooler, com o motor 12A a debitar 165 cv.
Em 1984 foi introduzido o motor 13B, de 1.3L, na mesma com dois rotores, mas agora com câmaras de combustão de 654 cc , e aí a potência subiu para os 135 cv. Em 1985 é lançada a segunda geração do RX-7, a FC. No lançamento, o 13B produzia 146 cv e a versão Turbo II chegava aos 185 cv. Em 1989 os motores são actualizados e a versão atmosférica passa para os 160 cv e o Turbo II para os 200 cv.
Opel 20XE
Este motor foi utilizado no Opel Kadett E GSI 16v, lançado em 1988 para substituir o Kadett GSI com motor de oito válvulas, sendo um dos automóveis mais potentes da sua classe. Este motor equipou também o Opel Calibra 16V, desde o lançamento até 1995. O Opel Vectra A também teve este motor no seu catálogo, equipando as versões Vectra GT e GSI, podendo vir com tracção integral. Além destes e já nos anos 90 este motor equipou o sucessor do Kadett GSI 16v, o Astra F GSI e, também o Lada 111.
PSA XU9J4
Este motor equipou as versões desportivas das berlinas do grupo PSA, com o Peugeot 405 Mi16, o Peugeot 309 GTI 16V e o Citroen BX 19 GTI 16V. O bloco é idêntico ao utilizado no Peugeot 205 GTI 1.9, mas este tem uma cabeça de 16 válvulas, baseada na mesma utilizada no Peugeot 205 T16, passando assim a debitar 160 cv com os mesmos 1905 cc, ou 148 cv nas versões catalisadas.
O Citroen BX 19 GTI 16V, foi o primeiro automóvel francês, produzido em massa, equipado com motor de 16 válvulas. No Peugeot 405 Mi16, também poderia vir com tracção integral, na versão 405 Mi16x4. O Peugeot 309 GTI16 só estava disponível com volante à esquerda, devido à falta de espaço, caso a coluna de direcção estivesse na direita.
Porsche 930
O Porsche 930 era o modelo de topo da gama 911, conhecido por 911 Turbo. Foi introduzido no mercado em 1975, com motor 3.0L, adaptando a tecnologia turbo da competição, baseada na usada no Porsche 917/30 que competiu no Can-Am. O motor, foi retirado também da competição, tendo por base o usado no Porsche 911 Carrera RS 3.0, adicionando um turbo KKK. A potência desenvolvida era de 260 cv e o binário de 329Nm.
Em 1978 a capacidade do motor cresce para os 3.3L, pois o diâmetro dos cilindros foi aumentado em 2mm. Nessa altura, foi também adicionado um intercooler, fazendo a potência subir para os 300 cv e 412 Nm. É então que entram os anos 80 e em 1983 a potência volta a subir para os 335 cv. Em 1986 o modelo passa a ser vendido novamente nos EUA e Japão, mas devido às regras de emissões, a potência é de 282 cv. Nesse mesmo ano, passam a estar disponíveis as carroçarias Cabriolet e Targa. Já no último ano de produção, em 1989, é lançado o 930 Speedster, mas poucos foram produzidos e, nesse mesmo ano, é adicionada a caixa de cinco velocidades G50.
Volkswagen EA827 1.8
O Volkswagen Golf GTI marcou uma época quando foi lançado e, por isso, com a introdução da segunda geração, não poderia faltar a variante desportiva. Inicialmente era o mesmo motor utilizado nos últimos Golf I GTI, o 1.8L com injecção Bosch K-Jetronic que desenvolvia 112 cv. Em 1986 é lançada a versão Golf GTI 16V, com o mesmo bloco, mas com uma cabeça de 16 válvulas e a potência subiu para os 139 cv, ou 129 cv com catalisador.
Estes motores do Golf GTI pertencem à família EA827, desenvolvida pela Audi em 1978, para o Audi 80. Por isso, os motores utilizados no Golf II GTI, foram utilizados noutros modelos, como nos Volkswagen Jetta, Scirocco e Corrado, ou ainda nos Seat Ibiza e Córdoba.