Este projecto revestiu-se de um grande desafio para os técnicos portugueses – tinham de conseguir uma grande robustez aliada à economia.
As primeiras unidades do Portaro foram vendidas no mercado nacional em 1976. Tratou-se de um veículo todo-o-terreno por excelência produzido a pensar nas necessidades dos anos 80. Estas primeiras versões tinham um carácter rústico mas com o evoluir dos anos, os Portaro ganharam carroçarias atraentes e confortáveis.
A construção da carroçaria em chapa de aço de elementos intermutáveis constituía um garante de robustez e de segurança. O chassis foi construído para resistir em condições extremas dificilmente percorridas pelo utilizador comum. Foi dado especial cuidado à pintura de forma a obter-se uma maior protecção anticorrosiva, totalmente comprovada nos climas mais severos onde o Portaro foi ensaiado pois, “as zonas gélidas ou o tórrido calor do deserto, são estas também as auto-estradas do Portaro”.
A utilização de motores provenientes dos melhores fabricantes do mundo, o diesel Daihatsu e o gasolina Volvo são por si próprios a garantia de fiabilidade, potência e economia.
Obtiveram o conforto que normalmente os carros deste tipo não possuem. Para isso, é inegável a contribuição dada pela suspensão independente das rodas da frente e os amortecedores de gás, particularmente estudados para o Portaro.A nível desportivo destaca-se a sensacional vitória no Rally do Atlas (Paris-Agadir), em Junho de 1982, e décimo lugar da geral no Paris-Dakar de 1983. Estes resultados desportivos contribuíram não só para a imagem de robustez e durabilidade dos diferentes modelos como também para o sucesso nos mercados externos.
Também a vertente militar foi contemplada e apresentada na Exposição do Exército Português, que esteve patente na FIL em 1983. Esta versão denominada Portaro GVM foi integralmente concebida, desenvolvida e produzida por técnicos portugueses, de acordo com as normas da NATO.
Em 1990, a Portaro fechava as suas portas depois de ter vendido quase 7.000 veículos em território nacional e de ter exportado alguns milhares de unidades. A produção anual chegou a atingir volumes perto das 2.000 unidades, sendo que 50% se destinava à exportação.
Com as provas dadas, a Portaro incomodou a concorrência internacional que passou a ter de preocupar-se com a capacidade técnica portuguesa.