Certo dia, em 1920, durante uma visita a Londres, o marajá Jai Singh Prabhakar (1882-1937), de Alwar, em Rajasthan, Índia, andava vestido como um cidadão indiano comum e anónimo na famosa rua Bond Street, na capital inglesa.
Ao avistar um showroom da Rolls-Royce, Singh quis saber o preço de alguns veículos da marca de Goodwood. Os vendedores, tomando-o por um indigente indiano, humilharam-no e expulsaram-no da loja.
Depois deste incidente, o magnata pediu aos seus servos para comunicar à gerência daquele estabelecimento que o marajá de Alwar teria interesse em comprar alguns automóveis e iria ao local.
Ao cabo de algumas horas, Singh regressou ao showroom da Rolls-Royce, trajado agora como realeza. Desta feita, os vendedores curvaram-se, respeitosamente, diante de si. No final, o marajá haveria de comprar todos os seis automóveis que estavam em exposição.
De volta à Índia, Singh ordenou que todas as viaturas Rolls-Royce adquiridas fossem usadas para a limpeza e transporte de lixo da cidade. A notícia espalhou-se e a reputação da empresa britânica tornou-se motivo de chacota.Após este grave dano ao bom nome da marca, as vendas de veículos Rolls-Royce caíram rapidamente e as receitas da empresa indicavam um assustador declínio.
Os proprietários da Rolls-Royce, desesperados, enviaram um telegrama para Singh, depois de descobrirem o real motivo que havia provocado a atitude do milionário indiano. Pediram sinceras desculpas e imploraram para que parasse de utilizar os automóveis Rolls-Royce como veículo de transporte de entulho. A par disso, ofereceram seis viaturas novas ao marajá, livres de qualquer custo.
Quando Singh observou que a Rolls-Royce tinha aprendido a lição e pedido desculpa pelo erro, parou de usar os automóveis para transporte de lixo.
Jorge Sá