Saab 900 Cabriolet, a arma de sedução maciça

20/06/2020

Ícone dos anos 80, o Saab 900 Cabriolet mantém o seu charme intacto nos dias de hoje. As suas linhas inconfundíveis tornaram-no um objecto de culto, indiferente às modas. Nada mau para um Cabriolet vindo da fria Escandinávia!

Com a ambição declarada do presidente da Saab-Scania America, Robert J. Sinclair, em fazer da marca sueca um representante do premium europeu no mercado americano, é apresentado um protótipo de Cabriolet baseado no Coupé 900, no Salão de Frankfurt de 1983. A reacção positiva do público na apresentação deste protótipo, concebido a partir do estudo da ASC, correspondeu às expectativas dos dirigentes da Saab, pelo que, é decidida a sua industrialização.

A comercialização começa, num primeiro momento, nos Estados Unidos, em 1987, embora a produção se tenha iniciado no ano anterior. O sucesso é imediato, seduzindo tanto os californianos como os empresários new wave de Nova Iorque, ao ponto da lista de espera chegar aos três anos. Só em 1988 é que o “representante do premium europeu” chega… à Europa, em que o sucesso se confirma!

Mas o Saab 900 Cabriolet, não conquista apenas pela linha. A sua qualidade de construção faz dele um descapotável robusto, utilizável no quotidiano e ao longo de todo o ano, uma vez que a capota eléctrica, que inclui um verdadeiro vidro traseiro, tem uma espessura suficiente para enfrentar todas as estações. Por seu lado, o spoiler traseiro ajuda a atenuar as turbulências no habitáculo quando se anda com a capota para baixo. E como em qualquer Cabriolet, o Saab é reforçado ao nível do chassis e nos montantes do pára-brisas, aqui ligeiramente mais inclinado em relação ao Coupé.

Ainda no início da sua carreira, a estética da gama 900 (Cabriolet incluído), é ligeiramente retocada, perdendo-se o “flat noise” da parte frontal, mas a linha geral não sofre alterações significativas. Ainda bem…

É certo que a estética, o charme, o sex-appeal, a pinta do Saab 900 Cabriolet podem fazer do motor um mero acessório, mas convém, ainda assim, referir que várias versões do quatro cilindros de dois litros (1985 cm3) estiveram debaixo do capot do 900 Cabriolet. Desde a versão atmosférica de 130 cavalos até à versão Turbo 16s de 185 cavalos, passando pela versões S e Turbo 16, de respectivamente 145 e 175 cavalos.

A carreira do 900 Cabriolet cessa em 1994, com várias séries limitadas no final, como por exemplo a série “Monte Carlo” e sua cor amarela muito própria. E para encerrar uma produção de cerca de 49 000 exemplares, a Saab lança uma última edição limitada do 900 Cabriolet, exclusivamente para o mercado americano, chamada “Commemorative Edition”.

Passados 25 anos sobre o fim da sua carreira, o Saab 900 Cabriolet é como aqueles brinquedos que continuam a provocar a mesma emoção e que continuamos a desejar, apesar do passar dos anos. Mas Robert J. Sinclair já dizia: “Não fabricamos automóveis! Fabricamos brinquedos muito muito caros!”.