Sergio Aguinsky, o mago das miniaturas costumizadas

23/05/2022

O hobby que o advogado e administrador de empresas brasileiro Sergio Aguinsky, 63 anos, cultiva desde a infância e do tempo em que, já adulto, residiu nos Estados Unidos, na década de 1980, ocupa um espaço cada vez maior na sua vida, desde que começou a divulgá-lo nas redes sociais.

Aguinsky monta, constrói e customiza miniaturas de automóveis – principalmente de competição. Seus carrinhos são cópias perfeitas dos originais, com paralamas protuberantes, largos pneus slick, aerofólios, equipamentos internos de segurança, números, logotipos de patrocinadores e pinturas que aludem ao desgaste normal das disputas. A partir de kits básicos de plastimodelismo, o refinado artesão vai além e recria detalhes únicos e até a sofisticada mecânica desses veículos. O resultado deste trabalho minucioso – que exige em média 30 dias de muita mão de obra com lixas, serras, tintas automotivas e aerógrafo – são verdadeiras obras de arte sobre rodas.

“A parte mais difícil do hobby é encontrar o kit certo, na escala adequada. Mas quando o encontramos, a felicidade recompensa”, conta Aguinsky. “Trabalho principalmente com carros de corrida. Os mais difíceis de montar são aqueles que requerem muitas alterações em suas características, obrigando-me a alargar paralamas, ou, algumas vezes, a fazer uma frente toda removível”, acrescenta. O nível de detalhamento impressiona: alguns modelos exibem freios a disco, carburadores, baterias e cintos de segurança – com fivelas!

Em sua “oficina” caseira, equipada até com cabine de pintura semelhante às reais, o construtor de mini carros garante que praticamente qualquer veículo pode ser customizado – preferencialmente nas escalas 1:20, 1:24 e 1:25. Mas, afinal, de onde vem o fascínio que esses pequenos artefatos exercem sobre gentes de todas as idades? Aguinsky tem uma explicação para o fenômeno. “As miniaturas fascinam por várias razões. Lembranças da infância. Recordações de um veículo específico que um familiar teve. Similaridade com veículos reais. Facilidade na guarda e manutenção das miniaturas. E, atualmente, a precisão dos detalhes que muitos fabricantes produzem”.

No seu caso, a afinidade com o hobby nasceu de seu envolvimento com veículos reais de competição. Quando criança, Aguinsky assistia a corridas automobilísticas pelas ruas de Porto Alegre, cidade do Sul do Brasil onde mora. Em fins de 1988, ingressou no automobilismo de competição como chefe de equipe de um piloto famoso na época, Jorge Fleck. Também atuou como comissário de corridas. Até tornar-se piloto.

A partir de 2005, com a criação da Fórmula Classic, que depois virou Copa Classic (campeonatos voltados para veículos clássicos), Aguinsky teve vários carros antigos e disputou provas. Com mais de 50 anos, não pensava em tornar-se uma “revelação” no esporte – queria apenas se divertir. E se divertiu bastante. Para correr na Copa Classic, adquiriu um Puma 1977 (esportivo fora de série brasileiro de grande sucesso nos anos 1970). “Daí dá para ver a relação entre veículos antigos, carros de corrida, miniaturas etc. Dos veículos que possuí, restaurei um Puma 1978, com a qual participei de alguns ralis do Classic Car Club”.

Ultimamente, tem faltado tempo para Aguinsky atender às encomendas que chegam de todos os lugares. Seus clientes são principalmente ex-pilotos, que querem ter na estante da sala uma miniatura realista dos carros com os quais viveram momentos de glória nas pistas. Na fila de espera, há um cliente muito especial: ele próprio. Um modelo que ainda não customizou, mas que está em projeto, é a miniatura do seu belíssima Puma de corrida pintado com as cores da Gulf. Será eternizado numa peça que pode vir a ser, quem sabe, a sua obra prima.