Singer ACS, a extrema e moderna interpretação do Porsche 911 Safari

01/02/2021

O Porsche 911 entrou nas mais diversas provas motorizadas, iniciando a sua história no Rally de Monte Carlo em 1965 e, posteriormente, foi para o todo-o-terreno participando no Rali Dakar, com um modelo de tracção integral, designado internamente por Porsche 953, vencendo em 1984 com René Metge. Nos tempos modernos, vários são os entusiastas que modificam os seus 911 para se parecerem com modelos de todo-o-terreno e é aí que entra a Singer Vehicle Design e a sua nova criação, o ACS, que significa All-terrain Competition Study.

Com base num Porsche 911 da geração 964 de 1990, a Singer inspirou-se nos saudosos Porsche 953 e 959 que competiram no Dakar, elevando a altura ao solo, além de aplicar jantes forjadas de 16” com pneus BF Goodrich K02 de todo-o-terreno e umas generosas protecções laterais com a inscrição Porsche. Na traseira podemos encontrar um spoiler integrado no desenho da carroçaria, algo inspirado no 959. Os painéis da carroçaria são em fibra de carbono e foram desenhados para a sua fácil reparação e substituição. Tudo foi elaborado com a colaboração do britânico Richard Tuthill, especialista em 911 de rali.

O interior foi todo despedido do que não é necessário num automóvel deste tipo, para assim reduzir o seu peso. Como é um veículo pensado para andar depressa fora de estrada, foi aplicada uma rollbar com aprovação FIA, assim como umas backets de competição, também com homologação FIA. Além disso, o volante foi substituído por um de três raios com botões e o painel de instrumentos é digital. Na frente do passageiro foi também montado um painel digital, para ver todas as informações do automóvel, assim como o sistema de navegação por GPS. Todo o automóvel foi construído seguindo os padrões da Singer, não deixando nenhum pormenor ao acaso.

O motor, como não poderia deixar de ser, é um boxer de seis cilindros refrigerado a ar, de 3,6 litros de cilindrada com sistema de sobrealimentação Twin-Turbo, atingindo uma potência de 457cv e 570Nm de binário. O ar vindo dos turbos é arrefecido por dois intercoolers ar-água. A potência é enviada para as quatro rodas através de uma caixa sequencial de cinco velocidades, contando com três diferenciais autoblocantes mecânicos. A suspensão é de triângulos sobrepostos e conta com dois amortecedores com cinco afinações por roda e duas molas na traseira. A travagem conta com pinças de quatro êmbolos na frente e na traseira, com discos ventilados e ranhurados.

Este Singer ACS, na icónica cor da Singer Parallax White, foi encomendado a pedido de um cliente, que pediu a construção de um outro exemplar na cor Corsica Red, mais focado no uso em estrada. A Singer recebeu ainda autorização do cliente para a produção de mais unidades caso haja interesse. Mas, se pensa que tudo é só para mostrar, está enganado, visto que o cliente quer participar com este automóvel no Baja 1000 e no Rally Dakar.