De Tomaso Automobili: A marca que salvou marcas

22/05/2018

De Tomaso Automobili Modena SpA foi uma marca de automóveis italiana fundada pelo argentino Alejandro de Tomaso (1928-2003) em Modena em 1959 e que faliu em 2004. Ficou célebre por salvar várias marcas da falência como a Benelli, Moto Guzzi, a Innocenti e a Maserati.

Como piloto, Alejandro de Tomaso teve o seu maior sucesso no Grande Prémio da Argentina de 1957 com a Scuderia Centro Sud Ferrari 500/625 onde obteve um meritório 9º lugar.

Ambicionava promover a De Tomaso Automobili SpA no automobilismo e contratou Giampaolo Dallara para projectar um carro de Fórmula 2 para a época de 1969 em conjunto com o ambicioso Frank Williams. Os pilotos da scuderia De Tomaso foram Jonathan Williams, Jacky Ickx e Piers Courage. Frank Williams e De Tomaso acordaram entrar na Fórmula 1 em 1970 com motores Cosworth e o chassis projectado por Dallara.

Courage terminou em terceiro na prova extra-campeonato Internacional e estava em sétimo no Grande Prémio da Holanda, quando sofreu o acidente que o vitimou terminando a passagem da De Tomaso pela Fórmula 1 nesse ano. A partir daí, De Tomaso, amargurado, concentrou-se no negócio de automóveis de estrada com modelos icónicos como o Vallelunga, Mangusta, Pantera, Deauville, Longcham e Guará.

Dois pilotos portugueses destacaram-se ao volante dos De Tomaso Pantera, travando bravos duelos nas corridas em Angola. Quando questionei Celestino Pereira “Tino” sobre o automóvel, ele respondeu apenas “as 6 horas do Huambo 1974 os pneus eram radiais de estrada e foi difícil domar os 380 CV do pantera”.
O automóvel veio de Angola transformado em Grupo 5, com peças vindas de Itália. Por curiosidade o primeiro patrocínio do De Tomaso de Celestino Pereira foi da Varig no montante de 100 contos segundo o próprio. O automóvel foi vendido para o estrangeiro onde foi restaurado e teve nova aparição em Portugal no Algarve Historic Festival tendo sido recentemente roubado.

Também Valdemar Teixeira excelente e rápido piloto conhecido em Angola por “Tio Valdas” marcou com Tino Pereira uma época dos De Tomaso Pantera em Angola e em Portugal.

Quase sempre preparados em Angola por Elísio Fernandes (na foto à direita de barba) e posteriormente na Cartur que o Elísio abriu no regresso a Portugal, a emblemática oficina do nº 7 da Rua Tenente Ferreira Durão em Lisboa que tinha o logotipo oficial da De Tomaso à porta e o seu nome no vidro frontal do Pantera de Tino Pereira.

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