UMM: A história de um símbolo português

11/06/2018

Portugal é um país de descobridores, inventores e sonhadores. Não só descobrimos e inventamos, como também criamos carros. Um dos mais notórios é o famoso UMM (União Metalo-Mecânica).

Originalmente criado para ser “o trator agrícola”, o UMM existe desde 1977, e desde então esteve ao serviço de forças policiais, militares e bombeiros. Atualmente, este clássico ocupa a garagem de muitos orgulhos proprietários, que os mantêm quase imaculados, destinando-os a passeios de fim de semana, aventuras todo o terreno ou, até mesmo, como veículo diário.

A evolução do UMM nos últimos 40 anos é, certamente, notória. Desde o primordial UMM Cournil de “porta curta” Entrepreneur, até ao Alter II turbo, é inquestionável a sua qualidade e popularidade, tendo vindo cada vez mais a despertar o interesse de portugueses e estrangeiros.

Constituído por motores 2.1d, 2.3d, 2.5d e 2.5 turbo (alguns dos mais massificados), o objetivo do fabricante passou por criar um veículo resistente, potente e fiável. Desde o Cournil com frente mais arcaica, até à evolução para Alter I e um design mais refinado, culminando na inserção do motor Turbo no Alter II que lhe proporcionava uma velocidade de ponta de 160 km/h e uma facilidade de condução incomum para a época.

Este clássico participou no rally Paris-Dakar em várias edições da década de 80, onde iniciaram e finalizaram todos os cinco UMMs que nela participaram, com excelentes histórias pelo percurso.

Contudo, não só de glórias viveu a UMM. Houve também períodos conturbados. O início do declínio da marca deveu-se a redução das encomendas pelo Estado português, que optou pelo seu concorrente direto, o Nissan Patrol, desferindo assim um golpe que viria a ser fatal para a marca UMM.

Atualmente, existem clubes e aficionados da marca que o utilizam para passeios turísticos ou como veículo de culto de tempos áureos e histórias de aventuras com um clássico multifacetado. Como evidenciado pela publicidade televisiva: “o clássico do campo, o desportivo da cidade”.

Um veículo que marcou uma era e que nos dias de hoje é sinónimo de aventura, memórias e desejos de criança.

Paulo Ramos/Jornal dos Clássicos

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