Volkswagen restaurou gratuitamente um Carocha com mais de 560 mil quilómetros

23/01/2019

A americana Kathleen Brooks comprou o seu Volkswagen Carocha em Dezembro de 1966, quando tinha 21 anos e, desde então este é utilizado como automóvel do dia-a-dia.

Com o nome de Annie, este Carocha vermelho percorreu mais de 350 mil milhas (mais de 560,000 km) em 51 anos de vida, mas ainda assim nunca se negou a ser usado todos os dias. Brooks trabalha com pacientes que têm ou tiveram cancro da mama, providenciando conforto e cuidados cosméticos durante os tratamentos e recuperação. A própria Brooks já teve a doença por três vezes e admite que a Annie foi uma ajuda muito grande. Apesar do estado geral do Carocha, ele continuava a andar sem problemas e foi por isso que nunca o trocou.

A Volkswagen norte-americana soube desta fantástica história, quando Kathleen escreveu uma carta à marca e, resolveu ofereceu um restauro na fábrica de Puebla, no México. Porque para os representantes da marca naquele país, este Carocha não era só um automóvel, mas sim um membro da família.

O restauro demorou onze meses e envolveu uma equipa de 60 trabalhadores. O maior problema do automóvel era a ferrugem no chão, a suspensão e transmissão, além de alguns problemas eléctricos, típicos destes automóveis com esta idade e quilometragem. A Volkswagen admite que substituiu 40% das peças, mas conseguiu restaurar cerca de 357 peças originais, incluindo a replicação dos autocolantes, que Brooks tinha posto no Carocha.

A cor é igual à original, com o mesmo vermelho que saiu de fábrica em 1966. Muitas peças substituídas são até melhores que as originais, como os discos de travão utilizados nos últimos Carochas produzidos no México e o sistema de som com Bluetooth, mas com um look igual ao original. Todo o circuito eléctrico foi feito de novo, a caixa de velocidades foi reconstruída e a suspensão melhorada. O motor foi todo desmontado, limpo e melhorado. No interior, os bancos foram estofados e receberam os logótipos “Kathleen” e “Annie”.

Augusto Zamudio, responsável pelo projecto de restauro, afirma que o objectivo não era transformar este automóvel numa peça de museu, mas sim dar de novo a aura do modelo quando este saiu da fábrica, tornando-o melhor para ser usado diariamente.

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