No entanto, o Janus não foi uma ideia da Zündapp, mas sim de Claude Dornier, que tentava com que a sua empresa, a Dornier Flugzeugwerke, não fosse tão dependente da construção de aviões, diversificando-se assim para outras áreas. Com o final da Segunda Guerra Mundial e a proibição da produção de aviões, Claude pediu ao seu filho Claudius, para encontrar outras áreas e,como não poderia deixar de ser, os micro-carros eram o segmento de eleição.
Claudius desenhou e desenvolveu um automóvel de quatro lugares, dois à frente e dois atrás, virados de costas, de forma a maximizar o espaço a bordo. O protótipo foi construído e testado e recebeu o nome de Dornier Delta. A empresa nunca tinha produzido um automóvel e ficou claro que para ser viável eram necessárias muitas alterações e um volume de vendas elevado. A Zündapp, que já andava à procura de um parceiro para a produção de um veículo fechado (inclusivamente estando em cima da mesa parcerias com a Kroboth, a Brütsch ou a Fuldamobil), encontrou na Dornier o parceiro ideal, “juntando o útil ao agradável”.
O motor foi montado em zona central e era de um cilindro a dois tempos arrefecido a ar, com 248 cc de cilindrada, produzindo 14 cv às 5.000 rpm, fazendo o Janus atingir uma velocidade de 80 km/h, ajudado pelo baixo peso de 425 kg. Este motor foi desenvolvido unicamente para este automóvel, mas tinha por base o utilizado pela moto Bella. Acoplado ao motor estava uma caixa manual de quatro velocidades com marcha atrás, operada por uma alavanca à esquerda do condutor. A suspensão independente nas quatro rodas foi desenvolvida para o melhor conforto possível, com sistema leading-arm na frente e eixo oscilante na traseira. O sistema eléctrico era de 12 volts e os travões de tambor nas quatro rodas eram hidráulicos, com alhetas para dissipar o calor.
A produção iniciou-se em Junho de 1957, no entanto, existiam alguns problemas. Por exemplo, o motor era mais leve que os passageiros traseiros, o que levava a que o Janus tivesse um centro de gravidade variável, afectando a sua condução e, acima de tudo, não era um veículo barato. Com isso, as vendas não foram nada boas e, em Outubro de 1958 a produção parou, com 6.902 unidades produzidas. Sem produção, a fábrica onde era produzido o Janus foi vendida à Bosch, para amortizar o investimento.
Durante os anos 60, Dornier, em conjunto com a Hymer AG, ainda desenvolveu o Delta II, com um design mais simples e recto, podendo levar até seis passageiros e com duas zonas para dormir, mas nunca passou da fase de protótipo.