McLaren 720S – explosivo

22/05/2017

A McLaren renovou de raiz a sua gama central de Super Series. O novo 720S vem substituir o 650S, posicionando-se logo abaixo do galático P1 de 916 CV. Promete capacidades explosivas

Anuncia-se mais leve, mais rápido e mais eficaz que o seu antecessor. Com tais credenciais, este novo McLaren 720S não pode ser um superdesportivo qualquer. Chassis em fibra de carbono, um motor mais evoluído, suspensão renovada e aerodinâmica ativa colocam-no muito acima do 650S.

Os engenheiros pegaram no V8 biturbo de 3,8 litros M838T do modelo anterior e alongaram-lhe o curso dos cilindros, esticando a cilindrada até aos quatro litros (3994 cc): 41 por cento das peças são diferentes e ele passou a debitar o valor de potência que dá nome ao carro: 720 CV às 7500 rpm e um binário de 770 às 5500 rpm.

Bem explorado por uma caixa automática de sete velocidades com dupla embraiagem, o motor permite ao 720S níveis de performance muito acima do que o 650S anunciava. O valor mais esclarecedor está na aceleração de zero a 100 km/h, agora a demorar apenas 2,9 segundos quando o modelo anterior precisava de 3,5 segundos. Para atingir os 200 km/h bastam-lhe 7,8 segundos, enquanto os 300 km/h surgem no velocímetro 21,4 segundos depois do arranque. São números astronómicos, incluindo a velocidade máxima de 341 km/h, uns bons 21 km/h acima do 650S.

Para dominar todo este potencial os travões mantêm os discos de carbono-cerâmica do 650 S, com 39 cm de diâmetro no eixo dianteiro e 38 cm no eixo traseiro, pelos vistos mais do que suficientes, já que o novo modelo necessita apenas de 4,6 segundos (117 metros) para se imobilizar a partir dos 200 km/h, enquanto a travagem a partir dos 100 k/h necessita apenas de 29,7 metros de espaço (uma viatura familiar de dimensão média gasta mais de 40 metros neste exercício).

Carbono e o que há de melhor

Parte da explicação para a eficácia anunciada está no peso reduzido do 720S, matéria desde sempre bem defendida pela marca. Basta lembrar que todos os carros de estrada construídos pela McLaren desde F1, em 1993, utilizam chassis em fibra de carbono. Também aqui, lá está a estrutura tipo banheira feita com esse material, sobre a qual são ancorados todos os restantes elementos estruturais e mecânicos e os painéis da carroçaria. Um conjunto a que a marca chama o McLaren Monocage II e que assegura enorme resistência e rigidez. Alguns dos painéis são, no entanto, feitos de alumínio, assim como muitos dos componentes da suspensão. É graças a todos estes esforços que o 720S consegue pesar apenas 1283 kg em vazio.

Outro capítulo a influenciar decisivamente a dinâmica deste superdesportivo é a sua forma física, talhada para gerir a atmosfera a seu favor. Olhamo-lo e vemos imediatamente um McLaren, mas na verdade é completamente diferente do 650S, numa nova interpretação de design orientado para a aerodinâmica. Uma das suas particularidades em relação à restante linhagem está na ausência das habituais entradas de ar laterais, sendo agora as próprias portas de “pele” dupla a encaminharem o ar fresco na direção dos radiadores do motor colocado em posição central.

Bem apetrechado fisicamente, o novo McLaren joga a seguir com as vantagens de uma boa dotação de ajudas eletrónicas à condução. O sistema de controlo de chassis Proactive surge numa nova geração, trabalhando em equipa com uma nova suspensão e com a direção de assistência eletro-hidráulica.

Mas se o condutor for daqueles que também gostam de apreciar uma viagem mais serena ou se, simplesmente, não estiver virado para a pilotagem naquele dia, pode sempre deliciar-se com as inovações estilísticas e com a habitual qualidade de materiais com que a McLaren sempre reveste os seus cockpits.

Desta vez salta à vista um painel de instrumental escamoteável, acompanhado por um ecrã central para as funções de informação e entretenimento, circundados por acabamentos em carbono, couro, alcântara e alumínio. A marca disponibiliza três níveis de equipamento, um base, um Performance e um Luxury.

As primeiras unidades do novo 720S já podem ser encomendadas e deverão começar a ser entregues aos seus proprietários em maio. O preço deve rondar os 250 mil euros (antes de impostos).

António Amorim

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