As 10 motos que foram um fracasso total

11/03/2023

Nem sempre os resultados correspondem ao esperado e podem levar ao fracasso de um modelo. Isso também se verifica no universo das motos, sendo que há diversos modelos que ficaram aquém do previsto em termos de vendas ou notoriedade.

Passamos a apresentar 10 exemplos, ordenados de forma alfabética, incluindo um caso nacional. Para o “desastre” há diversas justificações que podem ter a ver com a estética, preço, peso, fiabilidade, serem demasiado avançadas… ou por uma conjugação de fatores.
Por opção, são todas motos da década de 80 em diante e sempre matriculadas ou então a lista seria diferente e teria que constar, por exemplo, a Honda NR 500 de cilindros ovais e 32 válvulas!

Nº 1: Aprilia Moto 6.5

A Motó 6.5. foi uma moto diferente, talvez em demasia. Por detrás desta “roadster” chique e urbana está o conhecido designer e arquiteto francês Philippe Starck, popular por muitas outras criações, como habitações, barcos ou móveis.
Chegou ao mercado em 1995, usava o monocilíndrico produzido pela Rotax, partilhado com a Aprilia Pegaso e a BMW F650. Nunca pretendeu ser uma moto de massas, mas também não chegou a ter estatuto de ícone e abandonou o mercado alguns anos depois, sendo hoje muito rara. Um claro exemplo da forma que se sobrepõe à função.

Nº 2: Bimota V Due 500

Nova criação italiana, desta vez do pequeno construtor de Rimini que decidiu apostar muito dinheiro e talento numa moto a 2T quase de corrida, mas matriculada. Perdeu em praticamente toda a linha, a produção foi bastante inferior às 500 unidades previstas e ajudou à falência da marca.
A estética é arrebatadora, mas isso não foi suficiente. A fiabilidade do bicilíndrico em V era caprichosa, a ponto de em vários exemplares se acabar por substituir o sistema de injeção por carburadores. Começaram a ser produzidas em 1997 e são uma verdadeira raridade e valiosas. Representam a única tentativa da marca em usar um motor de fabrico próprio.

Nº 3: BMW K1

Desta vez o fabricante bávaro falhou o tiro. A K1, sobre a qual já tínhamos falado nas crónicas sobre motos que marcaram as décadas de 70, 80 e 90, foi mal compreendida. Apesar das inovações como o ABS ou o catalisador falhou noutros aspetos essenciais.
Foi lançada no ano de 1988 e a estética nada consensual, o peso elevado e outras limitações como a impossibilidade de colocação de malas laterais ditaram-lhe o destino. Foram produzidas cerca de 6.000 unidades e só agora começa a ser apreciada e valorizada. Ainda se encontra com alguma facilidade no nosso país e por preços razoáveis.

Nº 4: Famel Electron

A scooter Famel Electron foi um veículo demasiado à frente no seu tempo e chegou ao mercado quando a Famel já agonizava. Feita com o apoio, nomeadamente da Efacec, era um projeto inovador de uma scooter totalmente elétrica. Chegou ao mercado em 1997 e chegou mesmo a ser exportada para França. Uma pena verificar que um projeto destes não chegou a ser um sucesso. Resta esperar que agora o processo de “ressuscitar” a Famel elétrica corra melhor.

Nº 5: Gilera CX 125

Outra criação fruto da genialidade italiana, mas em que os resultados ficaram muito aquém do esperado, mesmo tratando-se de uma 125 cc. A carenagem integral, o monobraço dianteiro e traseiro ou as jantes quase opacas são alguns dos seus principais traços distintivos. Iniciou o seu ciclo de vida em 1991 e vinha com uma estética excêntrica, com destaque para a carenagem frontal e um coeficiente de penetração baixo, mas isso não foi suficiente. O sucesso nunca foi o esperado e o comportamento dinâmico ficou bastante aquém do previsto. Além disso, sempre foi “acusada” de ser uma versão da Gilera Crono com uma roupagem exótica e mais cara!

Nº 6: Harley Davidson XR 1200

Desta vez o exemplo vem do outro lado do Atlântico. Ou seja, a marca que está agora a comemorar os 120 anos de existência lançou este modelo tendo por inspiração a lendária XR750 flat track e foi pensada especificamente para o mercado europeu. Chegou ao mercado em 2008 e, ao contrário do esperado, apesar das melhorias em termos de comportamento, não agradou aos europeus. Nem o seu vistoso sistema de escape ou a versão laranja conseguiram que arrebatasse mais corações na Europa. Resultado: acabou por não despertar interesse nem junto dos europeus, nem junto dos norte-americanos!

Nº 7: Honda DN-01

Mesmo o maior construtor mundial não acerta sempre. Com este modelo da Honda ocorreu isso mesmo. Uma moto, de aspeto futurista e inovador, talvez em demasia! Lançada também em 2008 era, provavelmente, demasiado ousada para o seu tempo, apesar dos seus atributos, onde se incluía um motor de dois cilindros em V com 680 cc, transmissão por veio e cardã do tipo CVT (antecessora da popular DCT) e umas carenagens muito envolventes. Aparte a estética peculiar, era muito pesada (cerca de 270 kg em ordem de marcha) e o preço elevado em nada ajudava.

Nº 8: KTM RC8

Este modelo do fabricante austríaco, embora não tenha sido, propriamente, um verdadeiro fracasso, ficou aquém do esperado, nomeadamente em termos desportivos. Vinha com visual inconfundível, uma pura superbike, com uma frente afilada e escape colocado por baixo, solução muito comum hoje. Porém, desiludiu os mais puristas do género! Lançada em 2008 recebeu muitas críticas pela falta de potência em altas rotações, a caixa imprecisa e o comportamento dinâmico não era referencial, como se esperava de uma moto “Ready to Race”. A KTM ainda lançou uma versão mais radical, virada para os circuitos: a RC8R. Tinha até um ligeiro aumento de cilindrada (1195 cc), mas já não houve grande coisa a fazer.

Nº 9: Suzuki B-King

Agora temos uma moto de Hamamatsu que começou por ser um exercício de estilo que acabou por passar para produção. Na sua génese estava a poderosíssima Suzuki Hayabusa, mas agora com um visual naked e duas vistosas saídas de escape, no melhor estilo da personagem de cinema Juiz Dredd. Quando começou a ser vendida em 2007 causou um forte impacto, mas perdeu muito em termos estéticos e não só, do que anunciara quando foi divulgada ainda em protótipo, incluindo o compressor. Era e continua a ser uma moto muito potente e que exige muito do seu condutor, na mesma proporção das sensações que lhe oferece, enquanto verdadeira “super naked”.

Nº 10: Yamaha GTS 1000

Encerramos a lista com uma moto que era uma verdadeira montra tecnológica em termos de investigação e desenvolvimento. Uma touring futurista, com inovações e desenvolvimentos notáveis bastante à frente do seu tempo, mas isso não foi suficiente para ser um sucesso. Lançada em 1993 vinha com ABS, sistema catalítico, inovador monobraço dianteiro (e apenas um disco de travão de seis pistões), quadro do tipo Omega… mas não era suficiente. O peso elevado (274kg em ordem de marcha), a potência de “apenas” 100 cv (a base do motor era o da FZR 1000 com 140 cv) ou o preço muito acima da concorrência direta condenaram esta moto, que hoje começa a ser apreciada.