KTM 790 Adventure está de regresso ao mercado

20/12/2022

Quando chegou ao mercado, em 2019, a KTM 790 Adventure era a digna herdeira de uma extensa linhagem de motos de estilo Aventura da marca austríaca, iniciada pela 640 Adventure, no já longínquo ano de 1997.

Foi produzida apenas de 2019 a 2020 tendo sido substituída pela 890 em 2021, mas eis que agora volta ao mercado. Fará sentido?

 

Nova vida para a KTM 790

A novíssima 790, disponível surgiu numa versão normal e numa versão R, representou um importante marco para Mattighofen: era uma pura moto de aventura, com uma cilindrada intermédia, bem abaixo das Adventure com mais de 1000 cc e recuperava um pouco do conceito da KTM 950/990, mas mais adaptada aos tempos modernos e com um motor de 2 cilindros em linha.

A moto revelou-se uma arma muito eficaz na estrada e fora dela e uma digna concorrente, por exemplo, da Yamaha Ténéré 700. Porém, nem tudo correu bem, nomeadamente por causa de alguns problemas de juventude que puseram em causa a sua fiabilidade e correspondente reputação no mercado global.

Ciente desse facto a marca apressou-se a lançar um novo modelo em 2021. A 890 recuperava muitos dos predicados da 790, mas vinha com uma cilindrada cerca de 100 cc maior e algumas atualizações para poder enfrentar a concorrência mais acima, caso da GS 850, Tiger 800/900 ou mesmo da Africa Twin 1000/1100.

Eis que agora somos surpreendidos com o renascimento da KTM 790! Os austríacos decidiram dar-lhe uma nova vida!

 

E a principal novidade é…

É do domínio público que a marca austríaca tem parcerias com vários fabricantes e até participações de outras empresas no seu capital e vice-versa, mas agora foi mais longe: a “novíssima” KTM 790 é totalmente produzida pela sua “parceira” CFMoto… na China!

Sabemos que a CFMoto já usava o motor LC8 da KTM 790 na sua 800 MT, que já se encontra à venda no nosso país e que apresentámos na Revista Motos de novembro, mas agora a audácia foi muito maior e a “ressuscitada” KTM 790 é integralmente produzida pela CFMoto!

Algumas das alterações são ao nível estético, como a frente totalmente redesenhada e mais consensual, mas também as há ao nível mecânico, caso da nova embraiagem ou de mais 20% de peso na cambota e cumprimento da norma Euro V.

Pode dizer-se que é uma nova moto? Apenas um rebadge de um modelo antigo? E o facto da produção ser integralmente entregue a outra companhia e em solo chinês, será um tiro no pé? Será destinada a todos os mercados? Qual o seu posicionamento face à KTM 890? E o diferencial de preços?

Por outro lado, já se sabe que a moto vem com um conjunto de opcionais, caso do quickshifter e alguns modos de condução, que estão ativos apenas nos primeiros 1.500 km (DEMO Mode), cabendo depois aos proprietários decidirem se os querem ter, mediante pagamento extra, ou abdicam deles! Fará sentido esta política da marca?