Teste – Lambretta V125 Special

04/05/2022

Preferes uma Vespa ou uma Lambretta? Durante décadas, este deve ter sido o tópico de conversa de muitos europeus que se dividiam entre a devoção à Vespa e a afeição à Lambretta.

Esta rivalidade italiana não só marcou gerações de “jovens” como ajudou a impulsionar o segmento das scooters. Apresentada em Milão, em 1947, a Lambretta nasceu sob a alçada da Inoccenti e o primeiro modelo foi a A, ou 125M, com um monocilíndrico refrigerado a ar e uma caixa de três velocidades operada pelo pé.

Em 1950 surge o modelo C, o primeiro a utilizar o famoso quadro tubular em aço. Muitas vezes vista como uma espécie de “cavalo de batalha”, por oposição à Vespa que seria a congénere mais urbana e elitista, a Lambretta manteve uma legião de adeptos que ainda hoje vibram com as suas máquinas em inúmeros clubes e grupos organizados.

Mais de sete décadas após o nascimento, depois de muitos sucessos e outros tantos reveses, a Lambretta está de regresso e, a julgar pelas impressões neste teste à versão V125 Special, estarão presentes todos os ingredientes que ajudaram a tornar os modelos originais tão icónicos.

Design italiano
A começar, desde logo, pelo desenho. Modernizado, obviamente, e com a adição de elementos atuais como a iluminação integralmente em LED, mas mantendo, ainda assim, uma silhueta inimitável e que imediatamente associamos aos modelos da marca. O painel de instrumentos, que combina elementos analógicos (velocímetro) e digitais, é de fácil leitura, embora preferíssemos ter o taquímetro na escala superior e o velocímetro, com números generosos, no elemento digital. Mas nada que um curto período de adaptação não resolva.

A ergonomia é outro atributo em destaque com detalhes como os piscas com sinalização sonora, a revelarem uma grande atenção ao detalhe. Mas não é o único elemento diferenciador. Além do belíssimo conjunto de chaves extra que são apresentados numa caixa específica (um pormenor de design tipicamente italiano), o porta-objetos sob o banco tem a forma de uma espécie de balde que, quando retirado, permite o acesso direto ao motor. Uma solução muito prática.

Por falar nesse espaço, apesar de muito útil, a capacidade disponibilizada é relativamente contida e só permite acolher um capacete do tipo aberto (jet). Ainda assim, é suficiente para os objetos de uso diário e para umas pequenas compras ocasionais. À frente temos ainda um pequeno porta-luvas que acomoda uma carteira e um telemóvel e que “esconde” uma tomada de USB que permite carregar o telefone ou outro dispositivo eletrónico.

A própria posição de condução é muito confortável e os comandos principais são fáceis de operar e estão “estrategicamente” colocados. O farol dianteiro, como referimos, é em LED e garante uma excelente capacidade de iluminação. O banco é firme, sem chegar a ser desconfortável, e bastante largo, assegurando um excelente apoio para condutor e passageiro. A altura do mesmo ao solo (800 mm) e a referida largura podem colocar algumas dificuldades a pessoas de menor estatura, mas acima dos 1,60 metros não deverá acusar grandes problemas em manobrar a scooter ou garantir uma base firme de apoio.