A saturação do trânsito nas cidades e a falta de medidas concretas e legislação que venha a diminuir o fluxo de entrada de viaturas nas cidades, no sentido de baixar os níveis de poluição e aumentar a fluidez da circulação do trânsito, têm vindo a mudar mentalidades e a fazer com que se procurem alternativas menos stressantes e mais práticas de mobilidade.

Hoje cada vez mais vemos o comum cidadão a render-se às duas rodas e a adotar a moto como opção para a sua mobilidade diária, seja na cidade seja em percursos urbanos de alguma proximidade onde as scooters de 125cc, graças a poderem ser conduzidas com carta de carro.

E se na cidade uma simples “cinquentinha” pode cobrir as necessidades em termos de mobilidade e deslocação da maioria dos cidadãos, locais ou visitantes, quando se trata de realizar trajetos mais longos, que envolvem eventualmente o circular em auto-estrada, aí as scooters 125 passam a ser referência e a alternativa.

Reconhecendo todo o potencial por detrás desta realidade, os fabricantes têm vindo a desenvolver modelos mais sofisticados, procurando dentro das limitações da norma eur 4, que tem implicações em termos de restrição de emissão de gases poluentes e aumento de segurança, dotar os seus modelos de características cada dia mais aliciantes, seja em matéria de desempenho, de segurança e conforto, e em espaço disponível para transportar volumes ou bagagem .

É neste contexto alternativo às 4 rodas que se posiciona a recentemente apresentada SYM Cruisym 125. Uma maxi-scooter de dimensão considerável, que utiliza inclusivamente a mesma plataforma da sua irmã maior de 300cc e que vem fazer um upgrade a vários níveis pretendendo com o seu desempenho e prestações concorrer e ser referência num segmento altamente disputado.

Numa apresentação dinâmica levada a cabo pelo importador e representante da SYM em Portugal, a empresa Moteo, onde estiveram presentes vários jornalistas nacionais, foi-nos possível tomar contacto com o modelo num percurso variado, de cerca de 150 Kms, em vias rápidas, estradas nacionais e secundárias, nos concelhos da Ericeira, Torres Vedras e Mafra.

A primeira impressão que salta à vista é de facto a da dimensão generosa da Cruisym 125, mais parecendo uma Maxi Scooter de cilindrada superior. Para além da dimensão a Cruisym 125 constatamos também a alta qualidade dos seus materiais e o cuidado nos acabamentos.

Ao subirmos para a Cruisym, alçando a perna como numa moto normal, vemos que a SYM se preocupou neste modelo em aumentar o espaço para colocação dos pés, realidade que pudemos comprovar durante todo o trajeto ser uma característica que contribui para um maior conforto e comodidade na sua condução, sobretudo em trajetos de maior distância. O banco é extremamente confortável e imagino que para o pendura também, dada a sua dimensão e pegas laterais de aspeto bastante ergonómico. O pendura conta ainda com peseiras retráteis colocadas no sítio certo.

O guiador, de início, parece-nos algo fechado e baixo, como se de uma desportiva se tratasse, mas rapidamente nos habituamos. O espaço debaixo do banco é imenso, cabendo, segundo a marca afirma, dois capacetes, que dependendo da sua dimensão, inclui até integrais. A bagageira conta ainda com luz interior para melhor identificação dos conteúdos assim como de botão elétrico para abertura, situado no guiador. A Cruisym conta ainda com um compartimento para acessórios no painel da frente do lado direito onde se localiza também um ficha USB para ligação de acessórios eletrónicos ou carregamento de telemóveis.

As unidades que testámos estavam recentemente rodadas e notava-se ainda algum “esforço” no seu desempenho. Devido à sua dimensão e peso a Cruisym pareceu-nos algo preguiçosa no arranque mas, uma vez lançada, o motor parece querer continuar a subir de rotação, tendo mesmo atingido os 123 Km/h numa das descidas do percurso. Em linha reta mantém com alguma facilidade os 100 Km/h, como pudemos comprovar.

Mas, onde nos surpreendeu verdadeiramente foi em curva, onde mantém firmeza e neutralidade, transmitindo segurança na condução também graças a uma roda de 14″ na dianteira e permitindo uma inclinação considerável antes de alguns dos seus componentes, mais próximos da estrada, começarem a dar sinal de que chegou aos seus limites. Esta realidade apenas aconteceu em rotundas onde, para a “fotografia”, quisemos testar os seus limites dentro de segurança.

Gostámos também do comportamento das suspensões, tanto dianteira como traseira, mesmo em piso degradado, a contribuírem de facto para uma leitura correta da estrada e a aumentarem a sensação de segurança na condução da Cruisym . A suspensão traseira monta amortecedores duplos reguláveis em pré-carga de mola.

A Cruisym 125 monta um ecrã regulável com a utilização de ferramentas, com duas posições sendo que rodámos sempre na altura mais baixa comprovando a sua excelente eficiência aerodinâmica. A Cruisym pareceu-nos estreita o suficiente para circular sem problemas no meio do trânsito de cidade, realidade que não pudemos comprovar dado que não houve essa oportunidade mas, considerando a sua leveza de direção, o bom equilíbrio de massas e inclusivamente o facto de os retrovisores serem retráteis, estamos confiantes que a Cruisym terá um desempenho de referência no meio do trânsito de cidade.

Em matéria de travagem a mesma pareceu-nos justa, a mostrar algo de ineficácia e “cansaço” quando houve necessidade de se repetirem as travagens em descidas acentuadas, apesar dos dois discos, à frente e atrás, de 260mm e pinça de 4 êmbolos na frente com ABS. No entanto talvez a substituição simples das pastilhas possa resolver esta questão. Como referi anteriormente as motos estavam recém-estreadas, apenas com alguns Kms, pelo que o “material” e os seus componentes ainda estavam em período de rodagem e ajustamento.

As luzes de presença traseiras e dianteiras e os piscas são de tecnologia LED e os faróis principais são potentes, com 55 Watts, sendo referência nesta matéria segundo o fabricante, realidade que não pudemos comprovar pois circulámos sempre de dia. O painel de informação inclui dois manómetros analógicos unidos por um pequeno LCD que contém a restante informação.

A Cruisym 125 para todos os efeitos uma scooter ideal para uma utilização urbana e de trajetos a rondar os 50 kms, preferentemente de autoestrada e cidade já que em estradas secundárias nos vemos algo obrigados a circular atrás das viaturas mais lentas, pois nas ultrapassagens realizadas na faixa contrária sentimos a falta de algo mais de potência ou rapidez, obrigando a fazermos cálculos de distâncias mais rigorosos.

Considerando o nível de conforto que proporciona, a sua capacidade de carga, a proteção aerodinâmica, o espaço para o pendura, o motor suave e económico, e um PVP aliciante em relação à sua concorrência direta (Honda Forza 125 e Yamaha X-Max 125) temos em crer que a Cruisym 125 poderá ser uma opção de facto para quem pretenda uma alternativa real ao automóvel para as suas deslocações diárias, entre casa e escritório, e ainda passar na volta pelo supermercado a fazer as compras para o jantar. Ao fim de semana será uma excelente moto de passeio, a jeito de descompressão, para ir à praia ou ao shopping, ou simplesmente ir ver o pôr do sol com a sua mais querida… será que ela vai querer ir à pendura ou a conduzir?

A Sym Cruisym 125 vai estar disponível nos concessionários da marca em 4 cores, Preto mate, Vermelho brilhante, Branco brilhante e Cinza mate, esta última apenas disponíveis algumas unidades no seu lançamento. A marca inclui ainda alguns acessórios específicos para estes modelos tal como a útil capa para as pernas para dias de frio ou chuva, além de muitos outros.

O PVP da Cruisym 125 é de 4.199.- euros (iva inc.)

Ficha técnica

Motor
Tipo Monocilíndrico a 4 tempos
Cilindrada c.c. 125
Potência c.v. / rpm 14,3 / 8750
Sistema de refrigeração Líquida
Alimentação EFI
Transmissão Variador
Homologação Euro 4
Dimensões e Chassis
Comprimento (mm) 2175
Largura (mm) 760
Altura (mm) 1440
Peso a seco (kg) 180
Depósito de combustível (L) 12,0
Suspensão dianteira Forquilha telescópica hidráulica
Suspensão traseira Dois amortecedores hidráulicos
Travão dianteiro Disco Ø260 mm – ABS
Travão traseiro Disco Ø240 mm – ABS
Pneu dianteiro 120/70-14
Pneu traseiro 140/60-13

 

Pedro Rocha/Motosport

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