O que mudou nas regras da Fórmula 1

23/03/2017

A temporada de 2017 do Mundial de Fórmula 1 marca a primeira grande revolução nos regulamentos desde o início da nova era híbrida na disciplina. A ideia é colocar os monolugares cinco segundos mais rápidos. Fique a conhecer os pontos chave…

Será preciso recuar mais de uma década para encontrarmos F1 tão rápidos quanto os atuais e depois duma fase em que reduzir era a palavra de ordem da FIA, finalmente foi dada ordem para ‘soltar os cavalos’, aumentar a velocidade dos monolugares em curva e baixar significativamente os tempos por volta, o que deve acontecer, à volta dos quatro segundos lá mais para o meio da época, talvez cinco, embora isso não seja garantido.

As duas áreas chave afetadas pelo regulamento são os pneus e o chassis. Os carros vão passar a ter bem maior contacto com o chão, fruto dos pneus que aumentam 25 por cento de largura; os da frente passam de 245 para 305mm; e na traseira, de 325 para 405mm; com o diâmetro a ser também ligeiramente incrementado. A largura dos monolugares passa de 1800 para 2000 mm; a asa dianteira também ‘alarga’ para os 1800 mm, ao invés de 1650 mm; e o nariz do carro prolonga-se um pouco. A asa traseira é mais baixa, passa de 950 para 800 mm, e passa a ser 150 mm mais larga. Para completar um conjunto que visa gerar bem mais apoio aerodinâmico, os difusores serão maiores, mais largos e compridos, tendo portanto a capacidade de ‘soprar’ mais ar. Os flancos são alargados de 1400 para 1600 mm. Com estas novas dimensões o peso do conjunto foi ajustado de 702 para 728 Kg. Como se percebeu pelos testes de Barcelona, há diversas zonas do traçado que são agora feitas com o acelerador a fundo e comparando o registo da pole-position de Lewis Hamilton no último GP de Espanha, 1m22.000s, Kimi Raikkonen registou no último dia dos testes, 1m18.634s – foi cerca de 3.5s mais rápido. E isto ainda agora começou…

Mas para além do que ‘diz’ o novo livro de regras, há outras situações que são ‘consequências’ do que está escrito, como por exemplo o tempo nas boxes que vai inevitavelmente subir devido ao maior peso das rodas; a menor distância de travagem terá efeito sobre o processo de recarregamento das baterias; os travões terão que ser um pouco maiores; as suspensões tiveram que ser repensadas para suportar a maior carga imposta pelos novos pneus e forças a que os monolugares são sujeitos; o consumo de combustível será maior; e os pilotos têm mais 5 Kg para gerir – o ‘drag’ sendo maior, tornará os carros mais lentos nas retas. Com a aerodinâmica dos últimos anos, a asa traseira só variava em circuitos como Spa ou Monza, e mantinha-se igual em quase todos os restantes circuitos – i.e no máximo do apoio – mas este ano isso irá mudar, pois havendo ‘mais’ a asa poderá ser adequada a uma maior variedade de circuitos. Com a nova asa traseira mais larga o efeito do DRS será também maior do que até aqui e a FIA terá que perceber nas primeiras corridas como vai ser o seu efeito e depois, certamente, irá ajusta as zonas em que irá permitir o dispositivo ‘aberto’. Mas como as ultrapassagens vão ser mais complicadas, a FIA poderá ‘jogar’ com o DRS. Portanto, como se percebe, há muita coisa nova na F1 para 2017 e para se perceber o mais ‘evidente’ dessas diferenças, veja
as imagens comparativas…

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