Carga wireless de 1 km por minuto em estreia

15/12/2017

A Continental vai levar à feira tecnológica dois novos sistemas de carga para veículos elétricos, onde se destaca o mais cómodo carregamento por indução repleto de inovações inteligentes.

Começam progressivamente a ser conhecidas novidades para a CES 2018, a grande feira tecnológica que normalmente decorre no início de cada ano em Las Vegas. A Continental promete ser uma das empresas em destaque, através de duas novas e muito avançadas ideias para dar energia aos veículos elétricos. O primeiro será destinada à carga sem ligação física, por indução, a que se junta uma arquitetura que permite, através do motor, fazer carregamentos AC e DC.

WIRELESS DE ALTA EFICIÊNCIA E VELOCIDADE

A primeira ideia passa por um sistema de carga wireless, por indução, com a eletricidade a ser enviada por uma placa colocada no solo, sob o local onde se encontram as baterias. O principal atrativo deste sistema reside na sua comodidade, já que evita o transtorno do condutor ter de estar a efetuar ligações físicas do carro à rede. A solução apresentada pela Continental ter como apelativos a elevada eficácia, com 90% da energia a chegar ao destino e apenas 10% dissipada, e ainda a velocidade, pois permite uma carga wireless de 1 km por minuto, com uma corrente de 11kW.

Mas este é sistema bastante completo e repleto de outras novidades. A primeira é a micronavegação, para uma precisão dez vezes superior no alinhamento entre o carro e as placas de indução. Para tal, existem sensores magnéticos nesta fonte de alimentação que recebem sinais e “respondem” ao carro, permitindo um posicionamento extremamente preciso e a transferência de energia mesmo quando a placa wireless está totalmente coberta por uma camada de neve ou folhas.

Outro destaque vai para o facto de todo o sistema ser automático, sem necessidade de acionar qualquer comando para que a transferência de energia tenha início. O que se liga com a interessante solução para a mobilidade urbana e as cidades inteligentes do futuro, em que um único destes posto de carregamento da Continental poderá dar energia a todos os veículos elétricos de uma rua. Isto porque o sistema comunica com os vários automóveis para que eles, ao estarem com as baterias a 100%, saiam autonomamente da placa para um local de estacionamento, dando a vez a outra viatura.

DO MOTOR PARA A BATERIA

Foi também apresentado um sistema designado “AllCharge: Unversal Pass Key”, que tem por base a recarga com cabos. O foco está no processo de conversão da corrente alterna (AC) em corrente contínua (DC). Isto porque o carregamento AC é o mais habitual atualmente (pelo custo elevado da alternativa), mas requer um carregador interno no automóvel. Além disso, é exigida uma capacidade cada vez mais elevada a estes carregadores “lentos”, o que tem resultado num aumento de preço dos designados On-Board Charger.

A Continental explica que, ao contrário do habitual, em que a conversão ocorre logo na estação de fornecimento ou dentro do automóvel neste carregador interno, é utilizada uma abordagem inovadora e mais simples. Porque, ao invés de adicionar mais peças e peso, transforma o próprio propulsor num carregador ao “adaptar especialmente o motor elétrico e o inversor (utilizado na passagem AC para DC) para os capacitar a suportar a tarefa de carga”. Assim, o único extra será o conversor DC/DC para enviar o fluxo até às baterias numa voltagem ótima. Ou seja, será possível utilizar todas as opções de carga, independentemente do tipo de veículo, velocidade ou voltagem.

Assim, no carregamento AC a corrente passa a fluir diretamente da estação através do motor para o inversor, que o converte em DC. Fazendo as contas aos tempos de carga, a Continental afirma que com a corrente AC a 43kW irá ser possível obter 50km em apenas 10 minuto. Mas no caso das ligações DC de alta voltagem, no caso de serem utilizados os 400 volts teremos 150km em apenas 10 minutos. Mas a solução está também apta para os anunciados sistemas com 800 volts de alguns modelos premium (como o Mission E), que vão ter no mesmo tempo a sua autonomia estendida em 300km. Ou seja, um tempo de carga mais aproximado dos motores de combustão, permitindo rivalizar de forma mais forte com estes. No entanto, apenas dentro de alguns anos, pois o sistema só estará pronto para entrar em produção no ano de 2022.

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