Carlos Ghosn demitido e acusado de ter demasiado poder

26/11/2018

Carlos Ghosn foi substituído na liderança da Nissan, e o CEO da marca veio afirmar que o anterior Presidente detinha demasiado poder na empresa

Numa declaração para os funcionários da empresa relativamente ao escândalo causado pelo anterior Presidente, o CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, veio afirmar que o poder dentro da marca estava demasiado concentrado numa só pessoa. Esta afirmação veio ajudar a explicar o que ele considera tratar-se de uma configuração descompensada dentro da Aliança Nissan-Renault-Mitsubishi, em que Carlos Ghosn, detido na última semana por fraude e apropriação de fundos, ocupava os cargos de Presidente das três marcas e ainda de CEO do fabricante gaulês. Além disso, foi ainda indicado que este executivo detinha demasiado poder sem supervisão.

Foi ainda confirmado por Hiroto Saikawa que os líderes da Renault, Mitsubishi e Nissan se vão encontrar esta semana. Algo que deve acontecer na quarta-feira na Holanda, onde está instalada a empresa que controla as operações da Aliança que é a líder de vendas de automóveis em 2018. De referir que as três marcas vão chegar a este encontro, essencial para traçar o rumo do grupo, já com as substituições aos cargos ocupados por Ghosn finalizadas. No caso dos fabricantes nipónicos, o antigo Presidente foi substituído, enquanto a Renault optou por manter a confiança mas delegar temporariamente as suas funções em Thierry Boloré, o nº 2 da empresa.

Foi ainda anunciado no Japão que a Nissan se prepara para colocar um processo em tribunal, pedindo a restituição das verbas indevidamente recebidas por Ghosn. Recordando, à ocultação de verbas recebidas, através de diversos estratagemas, existem ainda as viagens pessoais e os gastos com as habitações de Ghosn em vários pontos do planeta. Além disso, surgiu uma nova informação que refere um alegado pagamento por um falso trabalho de consultoria à irmã do antigo Presidente da marca.

Fonte: Automotive News