Comprar um clássico é um investimento inteligente

14/07/2018

Se pretende diversificar a sua carteira de ativos, o investimento em carros clássicos é uma boa opção. Quem o recomenda são os bancos alemães. Não coloque “todos os ovos no mesmo cesto” e escolha os velhinhos, mas valiosos, amigos de quatro rodas…

Para muitos proprietários de carros clássicos a solução é conservar as viaturas e escondê-las em garagens, uma prática que a própria Porsche critica. Mas quem sabe se pode encontrar um bom negócio porque alguém condenou o seu automóvel a uma prisão perpétua. Segundo o Bloomberg, os bancos alemães estão a recomendar aos seus clientes mais abastados o investimento em carros clássicos, uma solução que diversifica a carteira de ativos. A venda de automóveis é um negócio que pode ser rentável… e mais do que pensa.

É claro que um investimento desta natureza exige capital, e habitualmente estes negócios envolvem quantias avultadas. Jens Berner, especialista de carros clássicos do Departamento de Gestão de Ativos do Suedwestbank explica que “para clientes com mais de um milhão de euros em ativos líquidos, um carro clássico pode ser uma adição atrativa para o seu portfólio em termos de rendimento e estabilidade de valor”. E explica porquê.

“Depois da crise financeira, a procura por investimentos alternativos como a arte, os vinhos e os carros clássicos aumentou significativamente”, diz o analista. Em relação aos automóveis, Berner sustenta a validade do investimento em carros clássicos com os dados recolhidos pelo OTX Classic Car Index, uma compilação feita pelo Suedwestbank que segue os preços dos Audi, BMW, Mercedes e Porsche com mais idade na Alemanha. Segundo os dados apresentados, do início de 2005 ao começo de 2018, os preços quadruplicaram. Nestes 13 anos, os modelos 911 clássicos, por exemplo, aumentaram o valor em 683%.

Para garantir um bom investimento num carro clássico deve ter em consideração o historial, a condição e saber que quanto mais próximo do original estiver a viatura melhor. JensBerner deixa ainda uma ressalva: deve apenas considerar carros com um valor superior a 100.000€. Abaixo deste valor, o retorno sobre investimento sai significativamente prejudicado por custos indiretos como um seguro adequado, o possível aluguer ou compra de um espaço para guardar o automóvel em segurança, a manutenção necessária, os impostos e a avaliação especializada.

Também deve fazer bem as contas: por vezes o barato sai caro. Isto é, se um clássico necessitar de reparações e de restauros custosos, pode não compensar investir na viatura. Nestes casos, o melhor é começar pelo seguro, mesmo que signifique gastar mais e comprar um carro por valores superiores.

Miguel Policarpo/Turbo