Donald Trump pode abolir regras de consumos “onerosas”

30/01/2017

A progressiva introdução de metas mais restritivas para as emissões poluentes pode sofrer um revés com a chegada do novo Presidente americano.

Os Estados Unidos podem recuar na introdução de limites de emissões mais restritivos no futuro, já que o novo Presidente Donald Trump considera que essas medidas serão “onerosas” para os fabricantes de automóveis. Colocando a vertente económica acima das preocupações ambientais, a ideia passa por retirar o controlo das emissões à EPA, a Agência Ambiental Norte-Americana, pois pretende que esta organização se volte a focar naquela que é a sua tarefa primordial, “proteger a água e ar do país”, que era a sua única missão até 2009.

Segundo é afirmado na Autocar, a introdução das novas normas que foram assinadas durante a última semana de presidência de Obama, iriam custar até 2025 cerca de 200 mil milhões de dólares aos fabricantes de automóveis, devido à crescente necessidade de introdução de veículos híbridos e elétricos. No entanto, estes dados contrastem com que foram revelados pela EPA em setembro, e que indicam que as metas podem ser atingidas praticamente sem grande aumento das vendas de motorizações de menor impacto ambiental e com a introdução de novas tecnologias nos motores de combustão.

Um dos Estados mais afetados por esta alteração pode ser a Califórnia, já que existe o perigo de perder a independência que desde 1967 tem para estabelecer limites de emissões próprios. A entidade ambiental desta região banhada pelo Oceano Pacífico é mesmo pioneira nas questões ambientais, e as regras introduzidas em 1974 para os limites de poluição nos automóveis são consideradas um ponto de viragem nas normas de controlo de emissões.

Devido a esta independência, a Califórnia estabeleceu metas ainda mais ambiciosas que no resto dos Estados Unidos para a introdução de motorizações alternativas, e pretende que em 2021 dos veículos comercializados pelos grandes fabricantes 12% sejam elétricos, uma quota de vendas que deve crescer para 22% em 2025. Isto se Donald Trump não retirar a independência ao Estado da Califórnia nesta questão.

Nuno Fatela/Turbo