A HonestJohnUK, a maior organização de consumidores do Reino Unido, está em destaque após a apresentação dos primeiros resultados da sua plataforma RealMPG. Esta é um site onde os consumidores podem ir e colocar os dados reais de consumos dos seus automóveis, uma situação que tem estado em foco devido à mudança de modelo de avaliação, e onde já foram introduzidas as informações de 149.500 automóveis. E uma das conclusões mais evidentes a que esta entidade chegou foi a de que a eficiência dos híbridos está sobrevalorizada.
Segundo os dados obtidos, 98% dos híbridos não cumprem com as médias que são anunciadas, um dos principais argumentos de compra que é utilizado pelos vendedores, pois é prometida uma poupança dos gastos com combustível. A HonestJohnUK disse que em média, os híbridos só atingem 70% da eficiência indicada pelas marcas, num estudo onde o pior desempenho ficou a cargo do Mercedes C350e, enquanto o melhor foi o Lexus GS 450h.
Mas será que este estudo confirma mesmo que a eficiência dos híbridos está sobrevalorizada? Apesar de tudo, é necessário ter algumas reservas no momento de extrair conclusões do site RealMPG, já que ele não tem nenhum padrão de análise transversal aos utilizadores. O que significa que depende do estilo de condução e dos percursos escolhidos por cada automobilista. E, habitualmente, os condutores que notam valores de consumos mais distantes do anunciado sentem-se mais motivados para reclamar e colocar os seus dados neste tipo de plataformas do que as pessoas que estejam, na generalidade, satisfeitas com as suas viaturas.
Habitualmente considera-se que quando existem mais percursos urbanos, com travagens constantes e distâncias mais curtas os benefícios dos híbridos de Plug-In são maiores. Pelo contrário, quando os percursos são mais longos e com velocidades maiores, em que o motor de combustão cumpre sozinho os esforços na maior parte da viagem, eles saem penalizados. Isto porque o peso adicional desta tecnologia não acaba por ser compensado pelo recurso ao motor de combustão durante mais tempo sem ajuda do propulsor elétrico. Isto ajuda a demonstrar como modelos iguais podem ter resultados tão díspares apenas consoante o tipo de percurso utilizado pelos condutores.
Nuno Fatela/Turbo
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