Eficiência dos híbridos está “sobrevalorizada”

15/06/2018

Esta foi a conclusão a que chegou a maior organização de consumidores do Reino Unido, com base nas várias queixas enviadas por automobilistas nos últimos tempos. Com os dados de milhares de condutores que enviaram para uma plataforma online, esta associação concluiu que a eficiência dos híbridos está valorizada

A HonestJohnUK, a maior organização de consumidores do Reino Unido, está em destaque após a apresentação dos primeiros resultados da sua plataforma RealMPG. Esta é um site onde os consumidores podem ir e colocar os dados reais de consumos dos seus automóveis, uma situação que tem estado em foco devido à mudança de modelo de avaliação, e onde já foram introduzidas as informações de 149.500 automóveis. E uma das conclusões mais evidentes a que esta entidade chegou foi a de que a eficiência dos híbridos está sobrevalorizada.

Segundo os dados obtidos, 98% dos híbridos não cumprem com as médias que são anunciadas, um dos principais argumentos de compra que é utilizado pelos vendedores, pois é prometida uma poupança dos gastos com combustível. A HonestJohnUK disse que em média, os híbridos só atingem 70% da eficiência indicada pelas marcas, num estudo onde o pior desempenho ficou a cargo do Mercedes C350e, enquanto o melhor foi o Lexus GS 450h.

Mas será que este estudo confirma mesmo que a eficiência dos híbridos está sobrevalorizada? Apesar de tudo, é necessário ter algumas reservas no momento de extrair conclusões do site RealMPG, já que ele não tem nenhum padrão de análise transversal aos utilizadores. O que significa que depende do estilo de condução e dos percursos escolhidos por cada automobilista. E, habitualmente, os condutores que notam valores de consumos mais distantes do anunciado sentem-se mais motivados para reclamar e colocar os seus dados neste tipo de plataformas do que as pessoas que estejam, na generalidade, satisfeitas com as suas viaturas.

Habitualmente considera-se que quando existem mais percursos urbanos, com travagens constantes e distâncias mais curtas os benefícios dos híbridos de Plug-In são maiores. Pelo contrário, quando os percursos são mais longos e com velocidades maiores, em que o motor de combustão cumpre sozinho os esforços na maior parte da viagem, eles saem penalizados. Isto porque o peso adicional desta tecnologia não acaba por ser compensado pelo recurso ao motor de combustão durante mais tempo sem ajuda do propulsor elétrico. Isto ajuda a demonstrar como modelos iguais podem ter resultados tão díspares apenas consoante o tipo de percurso utilizado pelos condutores.

Nuno Fatela/Turbo

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