Esta tecnologia pode assegurar o futuro dos Diesel

22/03/2018

As emissões de NOx podem ser capturadas em 98% graças à tecnologia concebida por uma equipa da Universidade de Loughborough, revertendo a “caça ao Diesel”. E ainda melhor: é acessível, simples e à prova de erros.

O sistema chama-se ACCT (Ammonia Creation and Conversion Technology), o que em português se traduz à letra por tecnologia de criação e conversão de amoníaco, e foi criado por uma equipa especialistas em pesquisa automóvel da universidade britânica de Loughborough. Esta tecnologia promete reduzir substancialmente – quase na totalidade – as emissões de NOx dos automóveis Diesel, e, com o investimento certo, pode chegar a produção dentro de dois anos. Este é um dos sistemas que podem salvaguardar o futuro do Diesel, tendo sido agora divulgados resultados em condições de condução reais.

O processo converte o AdBlue, uma solução aquosa baseada em ureia que atua sobre os gases de escape como conversor catalítico, reduzindo as emissões de NOx, em um “fluído ACCT” rico em amoníaco. Esta conversão ocorre em condições controladas dentro de uma câmara montada no sistema de escape.

Tal como os sistemas atuais SCR (Selective Catalytic Reduction), posteriormente utiliza o amoníaco libertado para destruindo as moléculas de NOx, deixando apenas nitrogénio e água. A diferença principal é que o fluído ACCT mantém-se em atividade com alta eficiência e em temperaturas baixas do sistema de escape, desafiando, desta forma, as soluções atuais.

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Os resultados dos testes preliminares realizados em trânsito citadino com um táxi da Skoda mostram que o sistema ACCT consegue capturar 98% das emissões de NOx. Uma percentagem consideravelmente superior aos 60% de filtragem do sistema EU6 equipado no mesmo automóvel. Há especialistas que consideram que este processo pode resultar num motor Diesel “virtualmente de emissões 0”.

A equipa responsável pelo desenvolvimento da tecnologia sublinha que necessita de um parceiro tecnológico de referência para levar o ACCT à produção, ainda que mantenha uma certa reserva em ceder os direitos de propriedade. “Precisamos de um grande fornecedor ao invés de um único fabricante”, refere Graham Hargrave, um dos líderes do projeto.

Para Graham, as emissões de CO2 são, no entanto, são o problema maior. O NOx é perigoso, mas é um problema localizando, diz o responsável. Já o CO2 é à escala planetária. Resolver é a questão das emissões de NOx é uma batalha, mas a guerra é o CO2, que é uma questão importante “em todo o lado”, aponta Graham Hargrave.

Estaremos na presença da tecnologia que vem salvaguardar o futuro do Diesel?

Fonte: Autocar