Ferrari em 10 curiosidades

28/04/2017

O primeiro Ferrari (125 S) venceu logo o Grand Prix de Roma. Hoje a Ferrari é a marca mais valiosa do mundo (segundo o Brand Finance) e o modelo 250 GTO de 1962 foi o automóvel mais caro alguma vez leiloado (32 milhões de euros). Não faltam curiosidades nos 70 anos de história desta marca mítica

10. A cor vermelha não era a ideia da Ferrari

Surpreendentemente, a emblemática cor vermelha que associamos à Ferrari – e que , diga-se de passagem, tão bem fica a qualquer modelo – não foi escolha da marca. Não havia outra opção. Isto porque a Federação Internacional de Automobilismo determinou que, nos primórdios da existência do Grand Prix, todos os carros de corrida italianos teriam de ter a cor vermelha. A pintura “Rosso Scuderia” não é fruto de uma ideia de marketing irreverente, apenas de uma adaptação às forças de circunstância.

Ferrari California T Rosso Scuderia

9 – Merchandise Ferrari, um negócio exorbitante

A Ferrari alcançou um prestígio internacional sem limites. O símbolo do cavalinho é a tradução de notoriedade e excelência, características consolidadas pelo marketing da marca. Só em merchandise, artigos alusivos à marca, a Ferrari lucra cerca de 1.5 biliões de dólares por ano, o que se converte em aproximadamente 1.37 mil milhões de euros. Desde roupa a relógios, de óculos de sol a capas para telemóvel e carros de escala de colecção, o catálogo parece infindável. E não são artigos propriamente baratos -a réplica do Ferrari F14T à escala de 1:8 custa 5,400 dólares (4,936 euros). Os óculos de sol ultrapassam os 200 dólares (183 euros). Tudo se conjuga para fortalecer a posição da Ferrari como uma das mais marcas de automóveis mais valiosas do mundo.

Colecção de relógios Ferrari

8 – São dois os parques temáticos Ferrari

Na região do Golfo Pérsico há bastantes fãs da Ferrari. Nas zonas árabes ricas vendem-se mais automóveis da Ferrari do que em qualquer parte do mundo. Em Abu Dhabi abriu o primeiro parque temático Ferrari, o “Ferrari World”, em 2010, com quatro montanhas russas, sendo que uma delas é inspirada nas corridas de F1 e é a que atinge a maior velocidade do mundo – 240 km/h. As pessoas com mais de 21 anos podem conduzir, inclusivamente, nas ruas da Ilha de Yas, onde se localiza o Ferrari World. Enorme sucesso que determinou a abertura, em abril último, do segundo “Ferrari World”, em Tarragona, perto de Barcelona. Promete ser a loucura deste verão.

Montanha-russa Formula Rossa

7 – Pilotos da Ferrari venceram mais de 5.000 corridas profissionais

Os pilotos ao volante de modelos da Ferrari venceram mais de 5.000 corridas profissionais. Desde a primeira conquista em 1947, mais de 5.000 troféus têm o carimbo da Ferrari, incluindo 15 títulos mundiais da Fórmula 1, 17 distinções como melhor construtor da Fórmula 1, 14 conquistas como melhor fabricante de Carros Desportivos, 9 vitórias na prova Le Mans, 8 e 7 triunfos nas corridas de Mille Miglia e Targa Florio, respetivamente. No total, são 216 vitórias para a marca no Grand Prix da Fórmula 1. Às imperiosas máquinas unem-se fabulosos pilotos, demonstrando o poder da Ferrari na engenharia mecânica e no rigor do processo de recrutamento.

Michael Schumacher

6 – Inauguração da Ferrari adiada pela Segunda Guerra Mundial

Enzo Ferrari, um homem cheio de ambições e sonhos, saiu dos quadros da Alfa Romeo, onde integrava o departamento de corridas Alfa Corse, para fundar a sua própria marca. Em 1939, quando reuniu condições financeiras e confiança suficiente para partir para a aventura em nome próprio, deparou-se com o contratempo imposto pelo início da Segunda Guerra Mundial e adiou a inauguração da Ferrari. O 125 S, primeiro modelo da marca, estreou-se em março de 1947, dois anos após final da Guerra.

Primeira Vitória da Ferrari

5 – Apenas dois modelos do primeiro Ferrari foram produzidos

Apesar do sucesso do primeiro modelo da Ferrari, o referido 125 S, apenas duas unidades do automóvel foram produzidas. Conduzido por Franco Cortese, o 125 S estreou-se no Circuito de Piacenza, no que Enzo Ferrari mais tarde descreveu como “uma promessa falhada” – uma falha na bomba de combustível ditou o afastamento prematuro de Franco Cortese da pista enquanto o piloto se encontrava na liderança da corrida. Ao início turbulento sucedeu-se uma brilhante campanha no Grand Prix de Roma, em 1947, ea conquista de 6 de 13 corridas nesse mesmo ano. Infelizmente as 2 unidades deste modelo foram desmanteladas pela Ferrari para aproveitar peças para os outros modelos subsequentes da marca.

Ferrari 125 S

4 – Enzo Ferrari manteve-se perto da sua cidade natal

Natural de Modena, Italia, Enzo Ferrari não se afastou das suas origens. Viajou pelo mundo com a sua equipa de corridas e por questões relacionadas com o negócio da Ferrari mas viveu toda a sua vida entre Modena e Maranello. A primeira fábrica da Ferrari era em Modena e a sede da Ferrari atual tem a morada nesta cidade, onde também se encontra um museu da marca. A Ferrari impulsionou o turismo nestas cidades, encontrando-se turistas provenientes de todo o mundo para visitar estas atrações da il cavallino rampante.

Museu Enzo Ferrari em Modena

3 – Fiat foi proprietária de grande parte da Ferrari

Outrora um negócio de família, em 1969 Enzo Ferrari vendeu 50 % da companhia à fabricante italiana Fiat, numa transação que concedeu à Ferrari o capital na altura necessário para a marca. Pouco antes de falecer, em 1988 Enzo Ferrari e o filho, Piero Ferrari, venderam uma percentagem ainda maior, pelo que a família passou a ser proprietária de apenas 10% da Ferrari. Atualmente, fruto de um ‘spin-off’ concretizado em janeiro de 2016, a Ferrari foi oficialmente separada do grupo Fiat Chrysler Automobiles, assistindo-se à sua entrada na Bolsa de Nova Iorque e ao nascimento de uma nova entidade, a Ferrari N.V., com sede nos Países Baixos. O centro de operações não se alterou, contudo, mantendo-se em Maranello, Itália.

Enzo Ferrari com Luca di Montezemolo e Niki Lauda.
(provável fotomontagem)

2 – Símbolo é homenagem a piloto de guerra

Conta-se a história de que o símbolo da Ferrari, o cavalo negro empinado num fundo amarelo acompanhado com as letras S F de Scuderia Ferrari, remonta ao símbolo utilizado pelo Conde Francesco Baracca, um às da força aérea italiana que morreu ainda jovem em combate na Primeira-Guerra Mundial. Enzo Ferrari conheceu o Conde e a Condessa Baracca, os pais de Francesco, que sugeriram a Enzo que utilizasse o símbolo do seu filho, um cavalo empinado alusivo ao regimento da Cavalaria – na altura as forças aéreas italianas não tinham uma administração independente – tal como Francesco Baracca imprimia na lateral dos seus aviões. Enzo completou o símbolo com um escudo amarelo no fundo, em tributo à sua cidade natal, Modena.

Símbolo Ferrari

1 – Todos os elementos de um Ferrari podem ser personalizados

Qualquer elemento de um Ferrari pode ser personalizado de acordo com os gostos do cliente. O programa “Tailor Made” permite ao comprador personalizar a sua viatura, num processo que ocorre na fábrica de Maranello, em Itália. Dos adornos do interior aos acessórios e ao piso dos pneus – a escolha é do consumidor. Finalizado o processo de personalização, o cliente espera até um prazo de 2 anos para a chegada da sua viatura. Celebridades como o guitarrista Eric Clapton e o golfista Ian Poulter aderiram ao programa e criaram um Ferrari 100% aos seus gostos.

Apresentação Tailor Made

Miguel Policarpo/Turbo

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