Fiat-Chrysler e Peugeot-Citroën discutem “super-plataforma” para elétricos

02/04/2019

Procurando diluir os custos de desenvolvimento desta tecnologia, a FCA e a PSA podem criar uma “super-plataforma” partilhada para veículos elétricos

Depois dos rumores que circularam sobre o possível interesse da PSA em entrar no capital da Fiat-Chrysler, surgem agora novas informações sobre uma potencial aliança entre os franceses e os italo-americanos. Fontes que pediram anonimato indicam que os dois grupos conversam de momento sobre a possibilidade de criar uma base de fabrico comum para os seus modelos elétricos. É mesmo usado o termo “Super-Plataforma”, o que pode indicar uma grande versatilidade da mesma, e as informações avançadas pela Automotive News Europe referem ainda que, caso as conversações cheguem a bom porto, o anúncio oficial deve acontecer perto do final do primeiro semestre.

Começam a ser cada vez mais frequentes as notícias sobre potenciais acordos entre fabricantes para plataformas conjuntas de modelos eletrificados e outras tecnologias partilhadas. Recentemente foi a Toyota a anunciar que fornece a sua base híbrida para futuros modelos da Suzuki, mas existem outros exemplos, como a plataforma conjunta da Mercedes e da BMW para veículos de emissões 0. Outro bom exemplo disso é a forma como as várias marcas do Grupo VW estão a usar bases comuns, como a MEB, para os seus automóveis.

No caso da FCA e da PSA ainda são parcas as informações sobre esta superplataforma, existindo curiosidade sobre quais os modelos em que poderá ser utilizada. Por exemplo, no caso dos modelos mais pequenos a PSA tem já preparada uma plataforma, usada no e-208, enquanto na FCA estão a ser ultimados os planos para o novo 500 elétrico. Portanto, é com curiosidade que se aguardam mais dados sobre qual poderá ser a intenção dos dois grupos automóveis.

O principal motivo para estes acordos prende-se com os avultados investimentos necessários para desenvolver estas tecnologias. Com cada plataforma a poder significar milhares de milhões de euros em investimento, uma das soluções para “sobreviver” a esta transição de motorizações passa precisamente pela partilha de custos. Com as devidas diferenças, algo que pode ser comparado ao que acontece quando determinadas marcas entram em acordo para usar motores desenvolvidos por outras marcas, evitando os custos do desenvolvimento interno. E, com as previsões a apontarem para um crescimento exponencial das vendas de veículos elétricos (estimativas da Bloomberg falam de um crescimento de 2,2 milhões em 2019 para os 60 milhões de vendas anuais em 2040), todos os fabricantes estão a preparar as armas e a procurar todos os aliados que possam encontrar na anunciada guerra pelo domínio no mercado das viaturas de emissões 0.