G63 AMG : Um demónio fora de estrada

24/02/2018

A mais potente versão deste off-roader foi revelada na última semana. Fique agora a conhecer o Mercedes G63 AMG, a mais demoníaca versão do novo G-Wagen, que, apesar do downsizing da motorização, conseguiu ficar ainda mais potente na nova geração.

O Mercedes Classe G continua a resistir à passagem dos anos, mas não deixa de acolher a modernidade dentro da sua valiosa história. Isso ficou patente com a apresentação da nova geração, no Salão de Detroit, e volta a ser demonstrado pela versão mais performante da gama, o novo G63 AMG. O mais emblemático traço de modernidade e adoção das tendência vigentes na indústria automóvel vai para a motorização, com a redução da cilindrada sem prejuízo das performances. Ou seja, apesar de bloco V8 ter apenas 4.0L de capacidade, enquanto o anterior “bebia” 5,5L, este alcança agora os 585cv (+14cv) às 6500RPM e o binário está situado nos 850Nm (numa faixa entre as 2500RPM e as 3500RPM).

Mas este motor mostra como o G63 AMG se deixa influenciar pela modernidade em outros aspetos, como nas tecnologias implementadas. Além da injeção direta e a sobrealimentação mediante dois turbos, ele conta com a capacidade de desativar metade dos cilindros (AMG Cylinder Management) para poupar combustível e reduzir emissões. Mas não se pense que todas estas alterações permitiram domar o indomável G63 AMG, pois ele está ainda mais brutal, conseguindo atingir os 100km/h em apenas 4,5 segundos (na anterior geração eram precisos 5,4 segundos) e uma velocidade máxima de 220km/h, que podem subir para os 240 km/h caso os clientes optem pelo pack AMG Driver. O que acreditamos que possa vir a ser escolha generalizada, pois para a sua exclusiva clientela do off-roader desportivo esta diferença de preço deve ser apenas “peanuts”…

Este Mercedes recebe a caixa automática TCT 9G, e as redutoras, cuja relação é agora de 2,93 (era de 2,1 do G63 agora substituído). O sistema de tração AMG Performance 4MATIC faz de origem a repartição da potência numa relação 40:60, dando primazia ao eixo traseiro. Outro destaque vai para a possibilidade de fazer o bloqueio dos três diferenciais tanto em Low Range como High Range, numa ordem que começa pelo central (com embraiagem) e depois para os convencionais na traseira e dianteira. Esta utilização será percetível para o condutor através do surgimento de uma indicação LED que se torna visível na sua frente.

Uma última referência para as molas helicoidais na suspensão dianteira independente (multilink) e com eixo rígido e barra Panhard na retaguarda. Isto permite obter uma distância ao solo de 241mm e as molas, tal como os amortecedores, adaptam o seu comportamento entre os modos Comfort, Sport e Sport Plus. E, falando de adaptações das características do modelo, também há que referir a possibilidade de escolher entre os modos de condução Slippery, Comfort, Sport e Sport Plus, a que se juntam os específicos para off-road Sand, Trail e Rock.

Na estética existem alguns elementos que diferenciam o G63 AMG da restante gama do Mercedes Classe G, começando desde logo pelas saídas de escapes nas laterais. Por aqui surge outro elemento que distingue claramente a variante de Affalterbach, a sonoridade que se vai alterando devido à opção por uma borboleta de escape com dois níveis de ligação. O exterior do modelo conta ainda com um capot mais proeminente, pinças de travão a vermelho, iluminação LED com 84 diodos e decorações específicas em locais como o para-choques. No interior existe a opção entre a instrumentação tradicional ou com painel digital de 12,3”, que é ladeado por outro de dimensões idênticas para o infotainment. A visualização das informações permite, nesta vertente mais moderna, a escolha entre Classic, Sport e Progressive. Outro dos destaques vai para o novo volante AMG que foi incorporado.

Estará ainda disponível uma ‘Edition 1’ com elementos desportivos nas laterais para contrastar com a pintura cinzento mate. O desportivismo no exterior desde G63 AMG é ainda sublinhado pelas linhas vermelhas nos retrovisores, o pack AMG Night e as jantes de 22” também com acabamentos em encarnado. Esta organização cromática entre tons negros e vermelhos é ainda transposta para o habitáculo.

Um último destaque para os processos de fabrico do Mercedes G63 AMG, em que a utilização do aço de alta resistência, em combinação com o alumínio para o capot, portas e guarda-lamas ajudam a colocar o peso nos 2560kg. Isto permite também o aumento da rigidez em 55%, com a marca a afirmar que tal permite alcançar “a base perfeita para máxima precisão de condução” ao mesmo tempo que melhora o conforto pela redução de ruídos e vibrações. Referência ainda para, em mais um exemplo da inclusão de inovações tecnológicas, para a utilização de uma nova técnica de soldadura a laser para o teto, uma das soluções que permitiu o referido aumento de rigidez.

Nuno Fatela

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