Em condições atmosféricas adversas como nevoeiro, ou chuva intensa, a visibilidade reduzida dificulta a identificação das rotas. Os humanos têm a vantagem de conhecer os pontos de referência no trajeto e o bom senso de parar quando o caminho é inseguro, mas não sabemos se os veículos autónomos serão capazes do mesmo. O mistério pode ser resolvido graças a uma tecnologia militar, também usada por geólogos.
Atualmente, os veículos autónomos confiam em três métodos para um posicionamento correto: a localização via GPS, os sonares LIDAR e as câmaras apoiadas por algoritmos de interpretação de imagens. Mas estas três tecnologias podem não conseguir garantir o correto posicionamento em condições meteorológicas adversas – e é neste ponto que a solução da Wavesense, baseada em tecnologia militar, se torna num apoio fundamental. Porque a vantagem do georadar para veículos autónomos é reconhecer a impressão digital do terreno em que circula, muito mais difícil de enganar do que os três sistemas acima referidos.
No caso do GPS podem ocorrer interferências na chegada do sinal, enquanto para as câmaras e radares a baixa visibilidade e chuva muito intensa são condicionantes. Mas, a Wavesense revela que o seu radar de penetração do solo consegue ler os tipos de solo que o carro encontra com grande precisão ao longo de alguns metros de quadrados. Segundo o responsável da empresa, existem grandes diferenças na composição do solo, mesmo em locais muito próximos, o que permite fazer uma “impressão digital” do local onde o carro circula. Comparando os dados obtidos pelo georadar para veículos autónomos com as informações da base de dados, consegue-se definir com precisão por onde o carro circula, com uma margem de erro a 96 km/h que não supera uma polegada (2,54 cm).
Esta solução foi desenvolvida pelo MIT como uma tecnologia militar e tem estado a dar provas da sua eficácia em missões com camiões de nove toneladas, que seguem em modo autónomo pelas esburacadas estradas do Afeganistão.
A empresa já está a mapear as principais cidades americanas, para potenciar a futura eficácia do sistema, e afirma existirem fabricantes europeus e americanos interessados no georadar para veículos autónomos. Existem alguns handicaps, como o facto de não operar em pontes (por não haver solo), e o facto de não existirem dados em locais remotos. Ainda assim, a Wavesense acredita ter uma solução muito eficaz para circular em ambiente urbano, mesmo quando fortes nevões dificultam a visibilidade e tornam a orientação dos condutores muito mais difícil.
