A diferença entre os consumos homologados e os verificados em utilização normal está na ordem do dia e as autoridades europeia estão mesmo a preparar legislação que visa reduzir um fosso que, ainda que dependa da condução de cada um, é quase sempre excessivo.
Na Turbo há mais de 36 anos que os nossos testes atribuem ao consumo de combustível a importância que o tema merece, em função do modelo ensaiado, embora nos últimos anos, além das questões económicas (prioritárias para os automóveis mais populares) tenhamos passado a olhar também a eficácia energética, dadas as implicações ambientais.
Sem receio de estarmos a exagerar, diremos que ao longo destas mais de três décadas e meia conduzimos milhares de automóveis. Para aferição dos consumos, utilizámos durante muito tempo aparelhagem específica (debímetros) para, com a generalização dos sistemas de injeção multiponto, passarmos a confiar nos valores fornecidos pelos computadores de bordo, ainda que cruzando-os sempre com o sistema habitual (distância percorrida/litros consumidos). Isto porque depressa percebemos que os valores fornecidos pelos computadores de bordo, merecendo ser levados em conta, ainda assim, podem apresentar desvios face à realidade que, de acordo com a nossa experiência, variam entre os três e os cinco por cento.
Qual a relevância deste erro? Cada um terá a sua resposta. Que, inevitavelmente, varia em função do segmento em que o modelo em causa se insere. Por isso mesmo os dados que fornecemos nas galerias de imagens que acompanham este artigo reproduzem os valores obtidos nos nossos ensaios para alguns dos modelos mais representativos à venda em Portugal. São valores de consumos ponderados obtidos em condições normais de utilização, sem preocupações descabidas mas também sem exageros que desvirtuariam os resultados.
CitadinosNo caso dos carros mais pequenos levamos em conta apenas as motorizações a gasolina que são as mais populares neste segmento. Nas nossas medições, verificamos que o mais económico é o Citroen C1 (os valores valem, também, para o Peugeot 108, pois partilham a mesma base tecnológica, incluindo motores), enquanto Hyundai i10 e smart Fortwo registaram valores de 6,5 litros aos 100 km. O recordista do “desvio” face aos valores oficiais é, mesmo o carro sul-coreano, enquanto o Opel Adam 1.2 é o que está mais próximo.
Utilitários
Entre os chamados Utilitários, que muitas vezes são obrigados a fazer o “papel” de pequenos familiares, o menos gastador, nas nossas medições, é o Audi A1 1.4 TDI, com um consumo ponderado de 4,5 litros, 1 litro mais do que o valor reclamado pela marca. Abaixo dos 5.0 litros apenas encontramos o Renault Clio 1.5 dCi (4,9 litros). O carro da Audi é, também, aquele que menos se desvia do valor oficial, enquanto o Hyundai i20 “falha” a meta oficial em… 65%
Pequenos familiares
Familiares médios
A diferença entre o mais económico e o mais gastador é pouco superior a um litro o que, nesta classe, começa a ser menos relevante. O Renault Talisman pode não ser a primeira opção num segmento dominado pelos Premium, mas é o mais económico, embora com uma diferença insignificante relativamente ao Audi A4 TDI e ao BMW 320d. O mais gastador é, neste caso, o Mercedes C 220d.
SUV
Entre os cada vez mais populares SUV é ainda mais difícil estabelecer comparações. Desde logo porque são aqui analisadas versões de tração integral (caso do Audi A5) ou de tração apenas dianteira. Talvez por isso, as diferenças entre os consumos anunciados e os verificados são ainda maiores. O mais económico é aqui o Mazda CX3, enquanto o Q5, por “culpa” da tração integral, surge no extremo oposto.
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