O ID Buzz é a proposta da Volkswagen para trazer à luz um clássico intemporal do mundo automóvel. Conhecida nas ruas por “Pão de forma”, foi apresentada no salão de Detroit uma versão elétrica que acompanha as vicissitudes da indústria automóvel do Séc XXI e faz renascer as características originais de uma forma futurista da tal “Carrinha dos Hippies”.
Como nasceu a “Pão de Forma”?
Com esta alcunha carinhosa e original, nasceu sobre a égide da Volkswagen e através de um importador de automóveis holandês, Ben Pon, que desenhou um modelo inovador em 1947. O protótipo previa que o veículo conseguisse transportar 690 kg. A colocação central do lugar do condutor era um detalhe característico dos primeiros projectos do modelo.
Por motivos logísticos, a produção da “Pão de Forma” foi adiada e apenas arrancou em 1949. Inicialmente havia duas variantes, a Kombi e a Comercial, sendo o Microbus desenvolvido no ano seguinte e o DeLuxe Microbus em 1951.
A primeira geração, a T1A primeira geração, de nome T1, foi oficializada em 1950 e comercializou-se até 1967. O nome “splitscreen” aludia ao vidro frontal ser separado por um pequeno pilar – uma das marcas da carrinha. Tinha um motor de 1.131 de cilindrada e 24 cv que se esgotavam às 3300 rpm. Mais tarde a Volkswagen adaptou o motor de 1.2 l e 30 cv. Os motores eram montados na traseira do veículo.
Uma das curiosidades do modelo é a sua distinção ser feita com base no número de janelas: a versão base totalizava 11 janelas, sendo também conhecida por versão de três janelas (tinha três janelas em cada lateral). Esta versão tinha duas portas nos lugares da frente, o vidro da frente, como referido, era dividido por um pequeno pilar e a traseira completava-se com uma janela. A versão deLuxe era constituída por 15 janelas e não foi comercializada na Europa. Foi produzida, inclusivamente, uma versão de 23 janelas, a DeLuxe sunroof.
O sucesso do modelo atingiu proporções inimagináveis. Em 1954, cerca de 5 anos após o início de produção, a Volkswagen festejava a produção da unidade 100.00.
Um símbolo do pós-guerra e a segunda geração, a t2
Pinturas e desenhos exuberantes na carroçaria e a utilização da “Pão de forma” em fotografias alusivas ao movimento hippie contribuíram para a associação deste Volkswagen às correntes de pensamento dos anos 60. A T2 foi descontinuada na Europa e nos Estados Unidos em 1979 mas continuou a ser produzida noutras fábricas pelo mundo.
Pós geração T2
As gerações seguintes distanciaram-se do desenho original, perdendo-se a mística do modelo “Pão de forma”. Na verdade, a terceira (1979-1992), a quarta (1990-2003), a quinta (2003-2015) e a sexta (actual) são a imagem de um típico furgão comercial. Mais conhecidas como Transporter, a Volkswagen desenvolveu estas gerações de uma forma muito anónima e afastada da génese original da T1 e da T2.
2013, o ultimo Ano de produção da T2
ID Buzz, o renascer de um mito
A Volkswagen aproveitou o Salão de Detroit para apresentar os esboços da “Pão de forma” do Séc. XXI. A assumir-se como uma reinterpretação elétrica e futurista do modelo original, com características alusivas às versões T1 e T2, o Id Buzz de emissões 0 recorrá a duas versões, uma de 272cv com um propulsor elétrico na retaguarda e uma bateria de 83 kWh, capaz de garantir uma autonomia de 450km, e outra versão de 374CV, com autonomia para percorrer 600 km. Esta última versão demorará 5,3 a percorrer dos 0 aos 100 km/h. Um “Pão de forma” supersónico.
Miguel Policarpo/Turbo
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