Corria o já longínquo ano de 1790 quando o primeiro presidente americano, George Washington, assinou a primeira patente em solo americano. Ela protegia um processo de produção de ‘potash’, um ingrediente para fertilizante. Mais tarde, em 1836, o Senador John Ruggles introduziu o sistema de numeração para estes documentos, com a patente #1 a ser concedida, precisamente, ao Senador John Ruggles. O que tem esta situação a ver com o automóvel, tendo em conta que nessa altura ainda eram as carroças que dominavam os caminhos. O facto de ter sido emitida a 19 de junho de 2018 a patente 10 milhões dos Estados Unidos, que se destina a um sistema para condução autónoma.
As primeiras patentes eram todas assinadas pelo Presidente Americano, mas essa prática desapareceu com John Quincy Adams. Até recentemente, o último chefe de estado a deixar o seu nome num destes documentos fora Gerald Ford, durante a comemoração do bicentenário dos Estados Unidos, em 1976. Mas, dado o simbolismo da patente 10 milhões dos Estados Unidos, ela foi assinada, numa cerimónia decorrida na Sala Oval, pelo Presidente Donald Trump, o Secretário do Comércio, Wilbur Ross, e o líder do Gabinete de Patentes, Andrei Iancu.
Esta patente 10 milhões dos Estados Unidos protege um sistema, de Joseph Marron e da empresa Raytheon Co, designado “Coherent Ladar Using Intra-Pixel Quadrature Detection”. O que significa a utilização de um radar por laser (Ladar ao invés do habitual Lidar que recorre a feixe de luz) que é considerado extremamente vantajoso para a condução autónoma. Além de conseguir detetar e criar uma imagem 3D dos objetos, ele consegue ainda, por medir o tempo que a luz do laser demora a regressar ao equipamento, reconhecer a distância a que eles se encontram. Qual a aplicação do sistema específico do inventor Joseph Marron ainda não sabemos, mas a condução autónoma fica na história por assinar a patente 10 milhões dos Estados Unidos.
Nuno Fatela/Turbo
