Pilotos nacionais testam o novo Gran Turismo Sport

04/10/2017

Quando faltam duas semanas para o lançamento do novo capítulo do simulador de condução com mais sucesso de sempre, Filipe Albuquerque e “os três Pedros” do desporto automóvel (Lamy, Matos Chaves e Couceiro) estiveram no Autódromo do Estoril a testar o videojogo. Descubra os principais destaques do GT Sport e ainda a opinião de Filipe Albuquerque, um aficionado da saga desde o primeiro Gran Turismo.

Com lançamento agendado para daqui a duas semanas, o novo Gran Turismo Sport já aquece os motores, como ficou demonstrado numa pré-apresentação para a qual a Turbo foi convidada e que decorreu no Autódromo do Estoril. Aqui tivemos oportunidade de ficar a saber as primeiras opiniões de Filipe Albuquerque sobre o jogo, ele que entrou numa divertida corrida virtual com Pedro Matos Chaves, Pedro Couceiro e Pedro Lamy. Com o realismo e a ampla oferta de circuitos a ser novamente um dos trunfos do GT para convencer os fãs dos simuladores de condução, pode agora ficar a saber, pela voz de um dos maiores pilotos nacionais de sempre, como estes videojogos são importantes também para os profissionais da elite do volante.

Será no dia 18 de outubro que chega o novo Gran Turismo Sport, com uma mudança de nome que deixa para trás a habitual denominação numérica que foi habitual entre o GT1 e o GT6. A expetativa é grande, pois trata-se do primeiro título do famoso simulador de condução a ser desenvolvido para explorar as potencialidades da PlayStation 4, dando até a possibilidade de recorrer ao sistema de realidade virtual desta consola. Como foi possível comprovar numa primeira abordagem no mítico Nurburgring, mesmo sem o PlayStation VR o realismo dos gráficos é impressionante e promete elevar a experiência ao volante virtual para um novo patamar.

Existem ainda outras novidades já anteriormente divulgadas pelos responsáveis, como o facto do Gran Turismo ser o primeiro jogo com homologação da FIA (Federação Internacional do Automobilismo), permitindo entrar em provas como a Taça das Nações. Além disso, (finalmente) a Porsche passa a estar presente, com máquinas como o GT3 RS a juntarem-se a uma garagem de 145 carros, de várias categorias, que vão acelerar a fundo por 20 pistas de todo o mundo. E não podemos esquecer os futuristas concepts do Project Vision GT, num total de duas dezenas em que se inclui o mais recente McLaren e que é expetável que venha a ser reforçada pelos fabricantes com novos bólides.
Filipe Albuquerque – “Bastante Realista”

 

Já passaram uns bons anos desde que passou “uma inacreditável quantidade de horas a jogar Gran Turismo 1 com o meu irmão e o meu primo”, mas Filipe Albuquerque continua a ser fã destes videojogos. Considerando que, tendo em conta este passado, “estar aqui como piloto no lançamento do Gran Turismo Sport é fantástico”, numa primeira análise o piloto diz que “considero bastante realista e acho que tem vindo a evoluir bastante nisso”. Uma aproximação às corridas reais que se nota em várias áreas, como “o desgaste dos pneus, a condução de cada carro ser diferente, as pistas estão com uns gráficos cada vez melhores e mais realistas…”

Mas o piloto destaca igualmente aquele que tem sido um dos trunfos da saga Gran Turismo ao longos dos vários capítulos, e que passa pela forma como o comportamento dos automóveis replica o mundo real. “A variedade dos carros também é fantástica. Noto bastante, quando andas com um carro menos potente, ou vice-versa, a chegada a cada curva é diferente, tens de travar mais”. Um trabalho onde reconhece a influência do criador da saga, Kazunori Yamauchi, um reconhecido entusiasta do desporto automóvel. “Uma vez estava em pista e o criador do jogo estava lá, e sei que ele também passa algum tempo a tentar perceber, com pilotos profissionais, a diferença de comportamento de cada carro, e depois passa para o jogo. Ele tem tido nota 5”.

“Eu utilizo os simuladores” – Um trunfo que também pode ser positivo para os fãs

E quem pensa que os simuladores de condução são apenas para lazer, nada mais errado. O próprio Filipe Albuquerque recorre a eles como piloto. “Quando não conheço uma pista eu utilizo os simuladores para não chegar lá ‘totalmente em branco’. Até por causa dos detalhes das pistas, os corretores, as árvores e tudo o que está à volta”. Uma aprendizagem virtual que se revela essencial, pois os pilotos “guiam-se muito pelo que está à volta, se tem uma ponte, se tem muitas árvores densas ou não. São tudo referências. E, se não tivermos nada, parece que não é a mesma pista”.

Segundo revela o piloto de Coimbra, estes ensinamentos servem também para os próprios fãs do jogo. “Uma pessoa guia no jogo e, sabendo que tem de travar até aos 100 metros, entrar e reduzir até segunda e fazer aquela curva à direita, se depois aplicar aquilo que aprendeu ele vai ser bem sucedido”. Albuquerque conclui mesmo que “é isso que eles têm conseguido com nota muito boa nos simuladores, e se uma pessoa treinar vai ser melhor a conduzir”.

“Eles estão habituados a ecrãs a preto e branco…”

Sobre o pequeno desafio em que competiu e superou no Gran Turismo Sport os seus colegas de profissão, Filipe Albuquerque relativiza o triunfo. Referindo que gostou bastante desse momento, brincou dizendo que “é um bocado injusto porque eu sou de outra geração. Eles estão habituados a ecrãs a preto e branco. E nem estão à espera de ter um volante e virar numa coisa que está num ecrã, para eles é completamente diferente”. No entanto, conclui que apesar de só ter guiado “um bocadinho sem as ajudas todas, divertimos-nos à mesma”.
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Relativamente ao futuro, não nas corridas virtuais mas a sério, Filipe Albuquerque explica que “no próximo ano vou fazer o campeonato dos Estados Unidos de Resistência, o IMSA. Neste momento acho que é o campeonato com maior projeção e mais competitivo a nível mundial”. Correndo juntamente com João Barbosa com um protótipo Chevrolet Dallara, que já conhece do segundo lugar obtido em Daytona no último ano, diz que ter “os dois portugueses que lá estão a correr no mesmo carro vai ser interessante”.

Para quem queira saber quais as sensações refere que “também há os protótipos LMP1 no Gran Turismo Sport, e depois podem ficar a conhecer, é bastante semelhante”. Relativamente a Le Mans 2018, Filipe Albuquerque confirma que “estou a falar com equipas, estou confiante que vou fazer Le Mans mas para já é cedo para confirmar. Vamos ter de esperar mais um ou dois meses para saber se fecho contrato com a equipa”.

João Lopes – “Notamos um upgrade gigante”

A falar do Gran Turismo Sport à Revista Turbo esteve também o responsável de comunicações públicas da PlayStation Portugal, João Lopes. Referindo que, como é apanágio a cada novo Gran Turismo, “notamos um upgrade gigante”, destaca como este é “um título feito para tirar todo o potencial da PS4 Pro, para além de podermos jogar com o sistema de realidade virtual que vai proporcionar um nível de imersão totalmente inédito em qualquer tipo de simulador de corrida”. João Lopes conclui que “achamos que o nível de realismo cresceu e vai certamente agradar a todos os fãs da saga. E, para quem nunca jogou, será certamente com este jogo que vão começar a jogar simuladores de corrida”.

Segundo refere o P.R. Manager da PlayStation Portugal, apesar dele ser suspeito para falar, o elevado nível de realismo é comprovado também por quem mais sabe na área e resulta do desenvolvimento do jogo em conjunto com equipas e profissionais. “Convidámos quatro dos maiores pilotos de sempre do nosso país, de três gerações, para poderem também eles experimentar e dar o seu feedback sobre o jogo. E quando temos quatro pilotos impressionadíssimos com o realismo deste simulador, é porque na sua génese ele também foi desenvolvido nesse sentido. Pessoas que conhecem a realidade do que é conduzir um carro em competição, e obviamente isso é um trunfo gigante para o Gran Turismo Sport”.

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