Será o e-diesel o combustível do futuro?

16/04/2017

Produzido a partir da água e do CO2 extraído do ar, o “e-diesel” é um combustível sintético sem qualquer impacto ambiental.

A ideia não sendo nova, uma vez que já foi ensaiada nos EUA, voltou a suscitar interesse, desta vez da Audi que juntamente com a Sunfire, uma empresa que se tem dedicado às energias alternativas, construiu em Dresden na Alemanha uma fábrica onde diariamente são produzidos 3000 litros de e-diesel. Ainda numa fase experimental, a ideia é desenvolver o método de forma a aumentar a produção e dessa forma substituir o diesel tradicional, cujo impacto na atmosfera é bastante maior.

Este processo que tem o apoio do governo alemão e suscitado a curiosidade de vários agentes do mercado envolve várias etapas. A primeira consiste em dividir a água nos seus dois elementos fundamentais através da eletrólise, para em seguida num processo de refinação o hidrogénio reagir com o CO2 num reator de síntese onde os dois elementos são sujeitos a temperaturas e pressões altíssimas. O produto obtido, chamado “Blue Crude” é um combustível sintético que pela sua natureza não contém nem enxofre nem hidrocarbonetos aromáticos. Segundo informação da Audi este novo combustível pode ser utilizado misturado com os combustíveis tradicionais ou sozinho. A utilização do CO2 que como sabemos é um dos principais causadores do efeito de estufa contribui para a proteção do clima numa verdadeira política de economia verde. Acresce que se a energia gasta na eletrólise for de origem renovável, por exemplo, eólica, o impacto ambiental do e-diesel é nulo.

Este projeto promete ter pés para a andar assim as petrolíferas não boicotem o seu desenvolvimento. Ainda que não estejamos na posse do valor do poder calorífero do e-diesel, os técnicos da Audi garantem que o resultado é semelhante aos combustíveis tradicionais, neste caso ao gasóleo. A desenvolver-se este substituto do gasóleo podemos prever um novo paradigma energético no domínio do automóvel como noutros sectores onde poderá ser replicado segundo o processo descrito, ao mesmo tempo que contribuirá para amenizar a atual polémica sobre os motores diesel.

Marco António/Turbo

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