Sucessão na Renault agendada para fevereiro

25/12/2017

Embora já tenham sido vários os delfins apontados a Carlos Ghosn sem que nunca tenha chegado a substituição no cargo de CEO da Renault, informações agora reveladas indicam que dentro de dois meses deverá ser anunciada a passagem de testemunho

Fontes próximas da Renault revelaram ao jornal gaulês ‘Les Echoes’ que está prestes a ser anunciado o sucessor de Carlos Ghosn na liderança da marca do losango, que ele ocupa desde 2005. Foi indicado que de momento os possíveis candidatos já estão a ser escrutinados, uma tarefa a cargo de um comité criado especialmente para esse efeito. O momento da revelação do próximo CEO deverá ocorrer perto de 16 de fevereiro, já que nesse dia serão apresentados os resultados e feito o balanço do ano de 2017. Posteriormente, o nome do sucessor de Carlos Ghosn terá de ser aprovado pelos accionistas da Renault, previsivelmente durante a Assembleia Geral marcada para junho de 2018.

Apesar de deixar de ser o Diretor-Executivo, Carlos Ghosn continuará a ter um papel essencial na marca francesa, já que permanecerá como o CEO de toda a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Embora exista a possibilidade de ser escolhido alguém do exterior da empresa, mas que tenha já passado pelos quadros da Renault, a principal hipótese é que seja alguém que pertence atualmente à esfera de decisão da marca. Por isso, os principais candidatos são Thierry Boloré (Chief Competitiveness Officer), Stefan Mueller (CPO – Chief Performance Officer) e Thierry Koskas (Responsável de Marketing e Vendas). Outra hipótese é a nomeação de outro executivo de topo da aliança franco-nipónica, como o CPO da Nissan, José Munoz.

Caso a escolha seja exterior à marca, também existem diversas possibilidades, até porque ao longo dos últimos anos vários foram sendo apontados como o possível sucessor de Carlos Ghosn. Como Carlos Tavares, que era o nº 2 da Renault antes de assumir a liderança dos compatriotas da PSA. Patrick Pelata, que também já foi o segundo principal executivo na marca é outro nome ventilado. Mas também Didier Leroy, atualmente Vice-Presidente da Toyota, e considerado uma hipótese viável. Embora não esteja atualmente no lote de candidatos, há que referir também o nome de Andy Palmer, pois o atual CEO da Aston Martin foi também um homem próximo de Carlos Ghosn, antes de sair da Nissan e assumir a liderança dos britânicos em 2014.

A escolha do sucessor de Carlos Ghosn assume especial importância, pois nesta altura está a ser implementada a nova estratégia ‘Drive The Future’. Um ambicioso plano, onde algumas das traves mestras serão o aumento das sinergias dentro da Aliança, o aumento a médio prazo das receitas em 40% (para um total de 70 mil milhões de euros em 2022), alcançar uma margem operacional de 7%, a expansão dos veículos elétricos e ainda o crescimento da marca em mercados fora da Europa, com especial ênfase na China. Ou seja, um conjunto de ambiciosos objetivos para o sucessor de Carlos Ghosn alcançar.

Fonte: Automotive News Europe