O dito glaciar perdeu esse estatuto porque, com o degelo, ficou reduzido a uma fina camada de gelo com menos de 15 metros de profundidade (chegou a ter 50 metros), estando os cientistas a alertar para o facto deste processo estar na iminência de ser extensível a mais glaciares nesta ilha.
OS MAIS DE 400 GLACIARES DA ISLÂNDIA ESTÃO A PERDER, POR ANO, 11 BILIÕES DE TONELADAS DE ÁGUA.
“O destino deste glaciar será compartilhado por todos os glaciares da Islândia, a menos que actuemos agora para reduzir radicalmente as emissões de gases de efeito estufa”, diz o antropólogo Cymene Howe.
A instalação da placa tem por trás cientistas da Rice University em Houston, o autor Andri Snaer Magnason, o geólogo Oddur Sigurosson (o especialista que em primeiro lugar declarou que Okjökull já não era mais um glaciar) e os membros da Icelandic Hiking Society.
Mais: os investigadores estimam mesmo que todas os glaciares na Islândia (e estamos a falar de mais de 400) derretam antes de 2200.
Mensagem para o futuro
A placa, que será instalada em 18 de agosto, contém uma mensagem para as gerações futuras.“Ok” é o primeiro glaciar islandês que perde o seu estatuto de glaciar. Nos próximos 200 anos, todos os nossos glaciares deverão seguir o mesmo caminho. Este monumento serve para reconhecer que sabíamos o que estava acontecendo e sabíamos o que deveria ser feito. Apenas você saberá se nós fizemos isso”.
Esta espécie de lápide ou memorial inclui ainda o número “415 ppm”, uma referência à quantidade de dióxido de carbono na atmosfera registada em maio deste ano.
O glaciar derretido foi o tema do documentário de 2018, “Not Ok”, produzido pelos antropólogos Cymene Howe e Dominic Boyer.