Já é possível utilizar em Lisboa trotinetes elétricas partilhadas. Duas empresas acabam de entrar no negócio.
A empresa norte-americana Lime e a portuguesa Iomo querem colocar os lisboetas a andar de trotinete elétrica.
A Lime já está no terreno há pouco mais de uma semana e a Iomo vai abrir os seus serviços ao público em novembro.Os logótipos da Lime e da Iomo
O conceito é o mesmo: trotinetes elétricas partilhadas.
400 a 600 trotinetes de início
A Lime vai colocar na cidade de Lisboa entre 200 e 400 trotinetes, sendo que o plano é para reforçar esta oferta já em 2019.
A Iomo avança, para já, com 200 trotinetes elétricas possíveis de alugar na capital portuguesa, havendo já conversações com mais quatro ou cinco municípios para virem a ter este serviço.
Ou seja, se somarmos a oferta destas duas empresas teremos nas ruas da capital entre 400 a 600 trotinetes elétricas, nesta fase inicial.
App controla acesso
O desbloqueamento da trotinete é feito através também da mesma app.
O sistema é free-float, o que significa que o utilizador pode recolher e deixar a trotinete num dos 90 pontos de recolha que o município de Lisboa está a destinar para este género de veículos.
15 cêntimos/minuto
Os preços são iguais, tanto na Lime como na Iomo: 15 cêntimos por minuto de utilização, aos quais se soma um euro de entrada.
“A solução que faltava”, diz Iomo
O Watts On entrevistou Luis Reis, um dos responsáveis e fundadores da Iomo, para quem este é um tipo de serviço que faltava: “A cidade de Lisboa já tem sistemas de partilha de automóveis, de bicicletas e scooters. Mas a solução que aqui apresentamos é inovadora e é mesmo a melhor solução para as pessoas percorreram aquilo a que chamamos de ‘last mile’, a última milha”.
Para trajetos finais de ligação
E num cenário desses, por quanto é que ficarão esses 2 km? “Utilizando 10 minutos, teríamos um custo de cerca de 2,50 euros”, responde Luís Reis.
Este responsável da Iomo sublinha: “As trotinetes elétricas são ideais para trajetos curtos. Nesse sentido, arrancamos com as melhores expectativas sobre o modo como os lisboetas aceitarão este modo de deslocação. Este tipo de transporte existe já noutras cidades da Europa e EUA com muito sucesso”.
Podem circular na estrada
Luís Reis explica que para efeitos legais, as trotinetes são equiparadas a bicicletas, podendo circular nas mesmas vias onde as bicicletas podem andar, como ciclovia ou estrada.
Embora não careçam de capacete, a Iomo está a pensar em poder vir a facultar esse acessório a quem pretender alugá-lo.
A velocidade máxima é de 20 km/h.
“Vai melhorar mobilidade urbana”, diz Lime
Ao Watts On, o CEO da Lime para Portugal, o italiano Marco Pau, refere que “as cidades, confrontadas com muito trânsito, têm de melhorar a mobilidade para oferecerem melhores condições de vida aos seus habitantes. E na Lime pensamos que a mobilidade urbana deve ser melhorada com uma aposta em meios de transporte mais verdes, como é o caso das trotinetes elétricas”.
A escolha de Lisboa é justificada por Marco Pau pelo facto de ser uma cidade “de gente dinâmica, jovem e aberta à inovação, características que nos levaram a concluir que haveria uma grande recetividade às trotinetes elétricas. Lisboa tem o ambiente ideal para que este projeto venha, aqui, a ter êxito”.
A Lime pretende estender este serviço a outras cidades, como Porto, Braga, Aveiro, Coimbra, entre outras.
Neste espírito de abertura que diz ter encontrado, Marco Pau salienta ainda a recetividade e a colaboração que a Câmara Municipal e Lisboa e, em particular, do seu presidente, Fernando Medina, demonstraram em relação ao projeto, designadamente na criação das nove dezenas de hotspots para estacionar as viaturas.
Ainda que a Lime noutros países alugue, além das trotinetes elétricas, bicicletas e bicicletas elétricas, o responsável da operação em Portugal diz que “de momento, isso não acontecerá” por cá.
Sobre o número de clientes diários que a Lime estima poder vir a ter, Marco Pau não desvenda o seu plano de negócio (“temos números mas são internos e não pretendemos revelar ainda”), dando, porém, a sua certeza: “Muita gente vai usar estes veículos”.
A percentagem de carga das trotinetes será monitorizada remotamente e em permanência por uma central.
Quando uma viatura estiver com a bateria em baixo, uma equipa da Lime encarrega-se de a ir buscar para pô-la à corrente. “A outra alternativa – e aqui é outro aspeto em que inovamos – é que sejam as próprias pessoas – os ‘juicers’ como lhes chamamos – a carregar as trotinetes em suas casas e ganharem dinheiro com isso. Quando essa pessoa carrega a viatura, deixa-a num dos 90 hotspots existentes”.
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.