“Condução completamente autónoma ainda está a mais de uma década de distância”, afirma especialista

26/05/2023

Maarten Sierhuis, vice-presidente e Diretor Global do Alliance Innovation Lab de Silicon Valley, não tem dúvidas de que a condução autónoma será realidade e vamos mesmo ter automóveis que conduzem sozinhos.

 

Orador presente na 7ª edição do Fórum Nissan para a Mobilidade Inteligente, Maarten Sierhuis deu conta de que a equipa que lidera está, de resto, focada no desenvolvimento do automóvel do futuro: o SDV – Software Defined Vehicle (automóvel definido por software) será dotado de uma unidade computacional central com uma elevada capacidade de processamento de informação e completamente conectada com o exterior do automóvel.

Esta unidade será capaz de coordenar múltiplas funções a bordo (Onboard) como, por exemplo, os sistemas multimédia e de entretenimento, a gestão de sensores, radares ou, ainda, o sistema de gestão da bateria.

Mas serão as suas “capacidades” de comunicação com o exterior (Offboard) que irão possibilitar a conectividade V2X (Vehicle to Everything) que permitirá a condução autónoma ou a pilotagem remota, ou o V2G (vehicle to Grid) que fará com que haja uma interação do automóvel com a rede de carregamento elétrica.

Maarten Sierhuis é responsável por liderar as funções de pesquisa e engenharia avançadas do laboratório que a Nissan tem em Silicon Valley.

A equipa do Alliance Innovation Lab trabalha já sobre o nível 4 de condução autónoma (sem necessidade de intervenção do condutor) mas, em paralelo, trabalha no desenvolvimento de outras soluções tecnológicas e de novos serviços, como a gestão remota da condução que poderá ser utilizada nos casos em que o automóvel autónomo se depare com situações que dificultem, ou impossibilitem, a continuação da condução em modo autónomo.

No entanto, para Maarten Sierhuis, “a condução completamente autónoma ainda está a mais de uma década de distância e dependerá, também, do ritmo a que seja adotada a legislação que permita a existência de automóveis sem condutor. Os automóveis autónomos serão mais eficientes e mais seguros porque estarão em permanente comunicação com o ambiente que os rodeia e a sua capacidade de reação será mais rápida que a do ser humano”.

Para este especialista, as capacidades de conectividade do SDV com o ambiente que o rodeia (V2X) abrem também caminho para outras oportunidades como, por exemplo, a gestão de congestionamentos de tráfego.

Segundo Sierhuis, os testes já realizados (fazendo apelo apenas a tecnologias já dominadas como o Cruise Control ou o 4G) mostram enormes ganhos, quer de tempo poupado, quer económicos e ambientais.

Tal como afirma Maarten Sierhuis “a uma escala maior, a redução diária de custos por eliminação de congestionamentos, atingiria os biliões de dólares com um impacto ambiental positivo fortíssimo”.