Volvo XC90 com pegada mais ligeira e maior alcance em modo elétrico

11/08/2019

O híbrido plug-in T8 Twin Engine do Volvo XC90 foi atualizado, passando a apresentar uma bateria nova e maior alcance em modo elétrico. Fomos testá-lo para comprovar as alterações.

O Volvo XC90 é atualmente o modelo mais antigo da gama da Volvo. A afirmação parece abusiva, mas é factual, dado que este SUV inaugurou a total e inspirada renovação em que a linha de modelos do fabricante sueco mergulhou há cinco anos. E tendo sido o precursor da nova linguagem de design Volvo, é natural que, embora seja um modelo ainda jovial, seja o mais antigo da família, dado o ritmo de novidades que a Volvo tem introduzido. Neste sentido, o XC90 sofre a meio do seu ciclo de vida uma lavagem de cara.

Sabia que…
… desde que foi lançada, em 2015, a nova geração do XC90 já vendeu mais de 320 mil exemplares, no globo?

O modelo é feito em Torslanda, Suécia e foi revelado ao mundo, num evento, em agosto de 2014. Esta é a segunda geração do modelo. A primeira surgiu em 2002.

As novidades são ténues, dado que o modelo continua com uma invejável pujança e muito atual.

Alterações exteriores

Em termos estéticos, do lado de fora, o facelift do XC90 é subtil.

O SUV sueco apresenta um novo design de jantes, nova palete de cores exteriores e uma grelha modificada, de forma côncava, em vez de convexa (nível Inscription, pois, na variante R-Design o T8 Twin Engine mostra uma grelha côncava e em preto).

Novidades no habitáculo

No habitáculo, o ambiente superlativo continua, num design interior que sabe casar luxo com sobriedade. O construtor adicionou a possibilidade do cliente escolher uma gama de diferentes configurações de assentos.

O conforto persiste referencial, bem como a ergonomia dos comandos. O espaço existente é abundante. É um carro em que, claramente, apetece estar e cujo ecrã tátil central mantém-se como um dos mais cativantes do mercado.

Agora também em versão de seis

Previamente disponível nas configurações de quatro (variante Excellence), cinco e sete lugares, o XC90 passa a estar disponível na versão de seis ocupantes: 2+2+2 (sem o lugar do meio na segunda fila de assentos). Ou seja, é um SUV que pode sair de fábrica em quatro configurações de lugares.

Os sete lugares da versão que tivemos à disposição são outro toque especial deste modelo. Os dois lugares da terceira fila de assentos são perfeitos para crianças, ainda que, para adultos, o espaço seja mais exíguo, porém aceitável para curtas distâncias. Na terceira fila de assentos, quem tenha acima de 1,70 metros ficará a tocar com a cabeça no tejadilho. Mas é dos melhores SUV do mercado, ao nível dos 6º e 7º lugares.

A capacidade da bagageira varia consoante as filas de bancos que estão posicionadas: 262 litros (com os 7 lugares montados), 640 litros (em perfil de 5 lugares e, portanto, com a terceira fila de bancos rebatida) e 1816 litros (com a segunda fila rebatida). O rebatimento dos bancos é simples e não requer esforço, criando um piso plano.

Alterações mecânicas

Além da integração Apple CarPlay (que já tinha e que fez com que tenha sido o primeiro Volvo a ter essa interligação), o sistema de infoentretenimento Sensus admite agora o espelhamento com Android Auto. Quando disponível, o serviço de streaming de música Spotify passa a estar integrado no XC90 Model Year 2020.

A atualização do porta-estandarte XC90 T8 não se cingiu a arranjos estéticos. Passou igualmente por alterações mecânicas ao Twin Engine plug-in hybrid, a principal das quais a introdução de um novo sistema de recuperação de energia a prometer economias de combustível de até 15%.

Na potência, não houve mexida (mantendo-se os 390 cv), ainda que, por curiosidade, para o mercado norte-americano, tenha havido um reforço da potência total do conjunto para 420 cv.

Estávamos, por isso, interessados em avaliar essa maior eficiência energética quando nos sentámos ao volante do SUV sueco.

E quando olhámos para o painel, a indicação do alcance que a capacidade da eletricidade contida na bateria nos dava era de 35 km.

Autonomia que conseguimos fazer

Sempre em modo elétrico e em grande parte do tempo com o seletor da caixa em “B” para podermos maximizar o aproveitamento da energia em desacelerações e descidas, andámos por um misto de estradas a diferentes velocidades, entre meio urbano e interurbano, tendo conseguido perfazer 43 km apenas com recurso a eletricidade.

Ou seja, face ao alcance inicial que o computador de bordo nos dava, conseguimos adicionar mais 7 km. Ficámos satisfeitos. E ficámos com a clara impressão de que se tivéssemos conduzido o T8 do XC90 exclusivamente em cidade teríamos alongado a quilometragem feita. Terá de ficar para outra ocasião esse desafio. Para se perceber, os números de autonomia anunciados pela marca, já de acordo com o ciclo de medições WLTP, oscilam entre os 41 e os 45 km.

Comparando com as cifras do XC90 T8 anterior a este restyling, a marca declarava em termos oficiais 40 km de alcance (ainda na metodologia NEDC), com as estimativas Watts On de autonomia real a variarem entre os 16 km (em trajetos de autoestrada, em clima frio) e 32 km (em cidade, com clima moderado). A autonomia combinada média do anterior XC90 T8 era de 24 km. Portanto, a nossa performance de 43 km suplanta estas marcas, pelo que daqui concluímos que esta atualização do sistema híbrido do XC90 trouxe, de facto, melhorias no plano da eficiência.

Novo pack de baterias

Além de uma mais avançada tecnologia de travagem regenerativa, este incremento de eficiência foi conseguida também por intermédio de um pack novo de baterias de 11.6 kWh, em vez dos até aqui existentes 10.4 kWh. De resto, esta configuração PHEV será replicada nos demais e próximos veículos das gamas 60 e 90, modelos baseados na plataforma Scalable Product Architecture (SPA).

Em termos de tecnologias de segurança ativa, o XC90 vem equipado com os sistemas City Safety e Blind Spot Information, com a particularidade do City Safety com Autobrake reconhecer peões, ciclistas e animais de grande porte. A tecnologia Cross Traffic Alert também oferece travagem automática. O sistema OLM (Oncoming Lane Mitigation) introduzido no XC60 agora também está disponível no XC90.

Blind Spot Information, Cross Traffic Alert e Oncoming Lane Mitigation

Blind Spot Information (BLIS) ajuda o condutor a detetar veículos ao lado e ligeiramente mais atrás do seu automóvel, de modo a auxiliar o condutor em trânsito intenso em estradas com várias faixas no mesmo sentido.

BLIS é um meio auxiliar para avisar veículos no ângulo morto e veículos a aproximarem-se rapidamente pela faixa de rodagem da esquerda ou da direita mais próximas do seu automóvel.

O CTA (Cross Traffic Alert) é um apoio ao condutor complementar do BLIS, destinado a ajudar o condutor a detetar trânsito a cruzar nas traseiras do automóvel ao efetuar a marcha-atrás.

O sistema OLM (Oncoming Lane Mitigation) consegue ajudar os condutores a evitar colisões com veículos a circular em sentido contrário, desviando automaticamente o veículo para a sua própria faixa.

Outro dado: na primeira centena de quilómetros que percorremos (com a contribuição do modo elétrico) assinalámos uma média de 6 litros/100 km (os valores combinados anunciados pela marca, segundo o método WLTP, dão ao veículo médias de 2,9–3,4 litros/100 km).

Esgotado o modo 100% elétrico (Pure, na designação da marca), passámos a usar o modo híbrido na maioria das ocasiões, com o modelo a mostrar souplesse e uma grande agilidade, não obstante a sua encorpada dimensão. A leveza da direção torna a realização das manobras extremamente fácil.

Também experimentámos o SUV com o modo Sport e aí ainda se evidencia mais o poço de força que é este XC90, tornando ligeiros os 3010 kg da carroçaria com o nível de equipamento Inscription da unidade que conduzimos. A aceleração dos 0-100 km/h é em 5,8 segundos, com a caixa de velocidades sempre célere a transmitir a potência para as rodas.

Terminado o testdrive que efetuámos, o consumo médio ficou nos 8,2 l/100 km.

Em síntese, o XC90 mantém todas as suas qualidades que o tornam num SUV de sonho, passando a oferecer uma mais eficiente gestão energética, o que permite dar mais alguns quilómetros de autonomia aos seus utilizadores.

CARACTERÍSTICAS da unidade testada

Matrícula: 41-XT-96
Nível de Equipamento: Inscription
Caixa de Velocidades: Geartronic 8v.
Cor: Branco Cristal Inscription (1.673€)
Estofos: Couro Napa contour cinza slate
Jantes: Jantes em liga leve 20” com pneus 275/45R20

Packs:
Light (MCP3H) – 1.046€
Media & Sound (MCP3L) – 1.041€
Park Assist (MCP3M) – 701€
Xenium (MCP3W) – 2.349€
Versatility Pro (MCP3X – 935€
Total dos packs: 6.072€

Opcionais:
BLIS – 615€
Total dos opcionais: 615€

Preço base do XC90 T8 Inscription: 93.057€
Preço final da viatura ensaiada: 100.783€

Mais informações sobre todos os automóveis elétricos e híbridos plug in na nossa secção de mercado.

Paulo Marmé / Watts On

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