O primeiro veículo elétrico da submarca Firefly da Nio tem semelhanças com o Honda e que o fabricante japonês vendeu no Velho Continente (e que foi, entretanto, descontinuado), ainda que com uma configuração invulgar dos faróis e das óticas traseiras, a fazer lembrar uma câmara fotográfica de um smartphone com três lentes.
No entanto, para além de ser uma nova marca chinesa a chegar à Europa, com um modelo de cinco lugares talhado para os trajetos urbanos europeus, o que se destaca nesta aposta da Nio, através da Firefly, é o facto de o modelo de estreia apresentar uma versão da tecnologia de troca de baterias da Nio, que permite que os veículos troquem os seus packs de baterias em estações especiais em 144 segundos, ou seja, dois minutos e 24 segundos.
Trata-se de uma modalidade já comum nos motociclos elétricos (e em que a própria Nio tem apostado) e que foi pensada por diferentes players para os automóveis. A Renault, por exemplo, chegou a investir na israelita Better Place, projeto que acabou sem sucesso e que assentava na troca rápida de bateria como forma de contornar os tempos de recarga da bateria e as limitações de autonomia das viaturas elétricas.A Nio foi fundada em novembro de 2014 e tem, atualmente, três marcas integradas no grupo: NIO, ONVO e Firefly.
A Nio já tem este modelo desenvolvido para veículos de maior tamanho (especificamente para o ET7), tendo apresentado em dezembro do ano passado e começado a implementar em junho último as suas primeiras estações de troca de baterias de quarta geração, marcando o início de operações que podem suportar várias marcas de veículos com baterias de diferentes tamanhos e com uma capacidade de fazer 480 trocas por dia.
As estações de troca de baterias que a Firefly terá na Europa serão menores do que as que existem na China, tendo um tamanho semelhante ao de um contentor marítimo, podendo disponibilizar também outros produtos no seu interior, como café.
Comparativamente ao carregamento, a troca de baterias poupará aos clientes da Nio três horas e 48 minutos por mês, segundo a empresa.
A nova marca da Nio deverá também enfrentar as novas tarifas na Europa destinadas aos fabricantes de automóveis provenientes da China, mas o modelo de venda de baterias como serviço (Battery-as-a-Service – BaaS) que a Nio irá implementar deverá conseguir reduzir o preço em alguns milhares de euros, embora os proprietários tenham de pagar uma renda mensal pela bateria. Irá ser um modelo de negócio vencedor na Europa, é a dúvida que se coloca neste momento.