Portugal é o país que mais gasta mensalmente em mobilidade

22/02/2023

Com um orçamento mensal de 150 euros para mobilidade, Portugal está no topo da lista, acima da França (€145), Itália (€135), Alemanha (€134), Bélgica (€128) e Espanha (€109). Esta é uma das conclusões do primeiro barómetro de mobilidade da Europ Assistance, realizado pela Ipsos, nestes seis mercados.

Este valor resulta da média de gastos em combustível, portagens, estacionamento, bicicletas, trotinetes e TVDE, excluindo o seguro automóvel, com um valor médio de 133 euros nos seis países onde foi realizado o inquérito.

Outro dado deste estudo mostra que, em Portugal, e durante a semana, o meio de transporte mais utilizado continua a ser a viatura pessoal (37%). Andar a pé (32%) é o segundo meio de transporte mais comum no nosso país e os transportes públicos

(15%) surgem em terceiro lugar. Ao fim de semana, acentua-se a mobilidade com viatura pessoal (40%) e cai a utilização de transportes públicos (8%).

Curiosamente, em Portugal, 58% das deslocações têm menos de 10km.

Este barómetro conclui ainda que as viaturas pessoais continuam generalizadas na Europa. Quase nove em cada dez europeus possuem um carro em casa. As viaturas de empresa, representam apenas 10% das viaturas pessoais. A maioria das viaturas são a gasolina e gasóleo (em Portugal representam 53% do total de veículos). Os carros híbridos ficam pelos 4%. Contudo, Portugal é o país onde os cidadãos mostram maiores intenções de vir a comprar um veículo elétrico (42%), contra uma média europeia de 31%. A nível europeu, se mais de um terço dos cidadãos pretende adquirir um veículo elétrico, o custo representa a primeira barreira à compra, à frente de questões relacionadas com os postos de carregamento e a autonomia nas viagens de longa distância.

Face ao atual contexto económico, os hábitos obrigam a algumas mudanças, nomeadamente a redução da velocidade e diminuição da utilização do veículo.

As bicicletas e scooters são mais usadas na Alemanha e Itália

Este barómetro conclui também que, na Europa, com a Covid 19 verificou-se um aumento de utilização de bicicletas pessoais e elétricas e andar a pé passou a ser uma prioridade. Estas mudanças nos hábitos de mobilidade são impulsionadas principalmente por motivos económicos e ambientais.

Se a grande maioria dos europeus ainda conduz regularmente um carro (segundo meio de transporte mais utilizado depois de andar a pé), praticamente metade dos europeus utiliza também a bicicleta como alternativa de transporte, sendo as bicicletas elétricas adotadas por 1 em cada cinco pessoas.

Quanto a intenções futuras, para além de andar a pé, os europeus pretendem usar mais o transporte público e a bicicleta, principalmente em Itália e Portugal.

Com a pandemia também se registou uma diminuição na utilização de meios de transporte partilhados, nomeadamente car-sharing, boleias e transportes públicos. Por sua vez, a utilização dos meios de micro mobilidade intensificou-se. Cerca de um terço dos utilizadores de bicicletas passou a utilizá-las regularmente e pode mesmo dizer-se que as bicicletas conquistaram os europeus, com quase dois em cada três a possuírem pelo menos uma bicicleta em casa. De notar que as bicicletas elétricas são mais difundidas na Bélgica e na Alemanha do que nos outros países.

Os meios de mobilidade partilhados como as bicicletas ou trotinetes, são usados ​por um em cada cinco utilizadores de micro mobilidade.

Metade dos europeus revelam interesse num orçamento de mobilidade a disponibilizar pela entidade empregadora

Mesmo que os europeus estejam conscientes de que as questões ambientais têm de ser uma prioridade e que devem ser feitos esforços para mudar os hábitos de mobilidade apenas uma pequena percentagem se sente realmente incomodado com a utilização de veículos automóveis, e mesmo que outros fatores como a pandemia e inflação contribuam para a alteração de comportamentos, a mudança poderá ainda levar algum tempo.

Mobilidade vs. Segurança

Portugal é o país com o valor médio anual de seguro automóvel mais baixo, onde os critérios de escolha são determinados principalmente pelo preço. Em Portugal 62% responderam desta forma, contra uma média europeia de 59%.

Quatro em dez inquiridos manifestaram bastante interesse em ter um orçamento de mobilidade como alternativa, ao veículo de substituição

em caso de imobilização do veículo decorrente de sinistro.,

Por outro lado, Portugal (49%) e Itália (53%) foram os países que manifestaram maior interesse num seguro baseado na proteção individual e não apenas a decorrente da utilização do veículo, mas incluindo as situações de utilização de bicicleta e outras micro mobilidades, pessoais ou. A nível europeu o interesse neste tipo de seguro é de 43%, abaixo dos valores registados em Portugal e Itália.

A confiança na seguradora foi o 2ª critério na escolha dos inquiridos. Os serviços considerados mais importantes na hora de adquirir um veículo são os mesmos que na hora de escolher uma seguradora: assistência em viagem; viatura de substituição em caso de avaria, roubo ou acidente; serviços de mobilidade para o condutor e ocupantes em caso de imobilização e rastreamento de veículos roubados.

Serviços de assistência que garantam a proteção da pessoa independentemente do meio de transporte e serviços de pick up & delivery são os mais diferenciadores na hora de escolher uma companhia de seguros.

Já as medidas de segurança para utilizadores de bicicletas e scooter são ainda muito escassas. Dois terços dos utilizadores costumam usar capacete em bicicleta/scooters, um terço não usa nenhuma proteção e apenas um terço dos utilizadores tem certeza de estar coberto pelo seguro de assistência em viagem.

Maioria dos Europeus trabalha pelo menos um dia em teletrabalho

O teletrabalho veio para ficar, tenho este estudo concluído que a grande maioria dos europeus trabalha pelo menos um dia por semana em casa.

Portugal, com uma média de 2,2 dias de teletrabalho por semana está no segundo lugar deste ranking.

A Alemanha, com uma média de 2,4 dias por semana é o país onde o teletrabalho tem maior peso. A França e a ficam pelos 1,6 dias de trabalho em casa, abaixo da média europeia dos dois dias.

Metodologia

O primeiro Barómetro de Mobilidade da Europ Assistance foi realizado pela Ipsos, através de um inquérito online a 6.000 indivíduos (amostras nacionais representativas de 1.000 pessoas por país) na Europa (Portugal, Espanha, França, Bélgica, Itália e Alemanha). O estudo foi realizado entre 29 de novembro e 9 de dezembro de 2022.