Receitas em vendas da chinesa BYD superam pela primeira vez as da Tesla

02/11/2024

A BYD vendeu um recorde de 1,1 milhão de veículos entre julho e setembro, impulsionado por novos subsídios atribuídos pelo Governo chinês para a compra de veículos elétricos.

 

Este recorde, baseado num aumento de 24% nas vendas, levou a que as receitas da BYD no terceiro trimestre tenham ascendido a 201 mil milhões de yuan (cerca de 26 mil milhões de euros), ultrapassando os 25,2 mil milhões de dólares (23,2 mil milhões de euros) em vendas que a Tesla reportou na semana passada.

É a primeira vez que o fabricante chinês de veículos elétricos BYD registou receitas superiores às da rival norte-americana Tesla, apesar de a guerra de preços na China ter prejudicado as margens de lucro.

Isto porque a BYD lançou nos últimos meses modelos de gama mais alta equipados com características mais avançadas a preços mais baixos do que as versões antigas.

Margens brutas

Assim, as margens brutas da BYD diminuíram, de 22,1%, no ano passado, para 21,9% no terceiro trimestre.

No entanto, devido a um elevado nível de integração vertical, incluindo o controlo sobre a produção de baterias e chips semicondutores, a margem bruta da BYD de 21,9% ainda está à frente dos 17% da Tesla e muito à frente dos rivais chineses Zeekr, com 14,2%, e Xpeng, com 6,4%.

Esta estratégia, que ajudou a BYD a consolidar a liderança no mercado, fez, no entanto, baixar o lucro líquido do grupo por veículo.

O lucro líquido fixou-se em 11,6 mil milhões de yuan (1,5 mil milhões de euros), um aumento de 11,5%, em termos homólogos.

Na terça-feira, a União Europeia (UE) decidiu impor taxas alfandegárias adicionais de 17% sobre as importações de veículos elétricos da BYD, para além das taxas de 10% já existentes.

Num contexto de crescente protecionismo ocidental, analistas defendem que a expansão noutras geografias será fundamental para o crescimento futuro da BYD.

Apesar de a BYD ter aberto recentemente uma fábrica na Tailândia – a primeira base de produção fora da China –, as vendas no estrangeiro representaram apenas 7,9% do total das vendas mensais em setembro, face a 9,8% no ano anterior.