Trajeto casa-trabalho leva mais do dobro do tempo quando feito em transporte público

18/03/2023

O transporte público é uma área chave numa política de mobilidade urbana sustentável, a par da racionalização do uso do transporte individual e do estímulo aos modos ativos.

Porém, dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) constantes do Censos 2021 e divulgados esta quarta-feira, demonstram que, do ponto de vista da sua capacidade atrativa, os transportes públicos em Portugal deixam a desejar.

Considerando a duração das viagens em meio urbano, o INE apurou que os portugueses demoram, em média, 18,8 minutos de automóvel a fazer o percurso entre casa e o trabalho. No entanto, a duração do trajeto casa-trabalho é muito superior (mais do dobro) para quem viaja de transportes públicos.

“A população residente empregada que utilizava o automóvel ligeiro no trajeto casa-trabalho demorava em média 18,8 minutos, enquanto a população empregada que recorria ao transporte coletivo despendia 43,5 minutos”, pode ler-se no relatório do INE.

Os dados revelam ainda que “em 2021 (tal como em 2011), em todas as NUTS III, mais de metade da população residente empregada utilizava o automóvel ligeiro como principal meio de transporte para as deslocações casa-trabalho, verificando-se um aumento do peso relativo deste meio de transporte em todas as sub-regiões do país”.

Os indicadores do INE mostram ainda que há 40 municípios no país onde o número de pessoas que lá trabalham é superior às que lá moram e têm emprego. Lisboa e Porto destacam-se.

Em 22 municípios, mais de 10% da população residia noutro município a 31 de dezembro de 2019, facto que leva à necessidade de se realizarem deslocações.