M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O ArianeGroup, joint-venture da Airbus e Safran e uma das principais fornecedoras dos programas de exploração espacial da Agência Espacial Europeia (ESA), anunciou que vai construir um foguetão para viajar à Lua. Esta missão tem como objetivo iniciar a exploração mineira de um elemento necessário para estabelecer uma colónia permanente na Lua e produzir combustível para foguetões. Desta forma, a ESA volta a entrar na corrida para a exploração comercial do Sistema Solar.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O objetivo da ESA é viajar à Lua até 2025, e para isso vai contar com o Ariane 64, a versão de quatro foguetes do foguetão Ariane 6. Este aparelho tem a força necessária para se deslocar até ao satélite natural da Terra e transportar todo o equipamento necessário para uma missão lunar a longo prazo. A ESA pretende montar uma mina de regolito, a camada de poeira natura que cobre as rochas, e que na Lua é bem mais grossa que na Terra, podendo atingir zonas com cinco a quinze metros. Esta poeira é resultado de milhares de milhões de anos de impactos na superfície lunar e está repleta de elementos de diferentes origens, incluindo água e oxigénio, que vão ser usados para estabelecer uma colónia lunar. Destes elementos também vai ser possível extrair materiais combustíveis, que vão ser usados para futuras missões pelo Sistema Solar.

Para esta missão, a Agência Espacial Europeia e o ArianeGroup vão contar com o apoio de várias empresas europeias, como a alemã PTScientists, que vai construir o módulo lunar, e a belga Space Applications Services, que vai providenciar o equipamento para a missão permanente, incluindo comunicações. Desta forma, será possível fazer uma missão europeia à Lua, sem qualquer intervenção direta dos Estados Unidos, Rússia ou China.