Carro autónomo vai salvar a caixa manual

M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O último automóvel que vai ser conduzido diretamente por um ser humano vai ter caixa manual. A nível mundial, a tendência em mercados como a América do Norte, o Japão ou o Sudeste Asiático há muito que aponta para uma preferência do público para caixas automáticas. Mesmo na Europa, onde os condutores sempre quiseram controlar o carro à sua maneira, isto está a mudar. Mas a chegada do carro autónomo vai aumentar a vida da caixa manual.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

À medida que surgem mais automatismos no carro, elementos como o aviso de mudança de faixa, o cruise control que se adapta diretamente à velocidade do carro da frente, ou as assistências de estacionamento abrem o caminho para a automação. Não vai ser só a caixa manual a trabalhar sozinha, vai ser tudo.

Enquanto as pessoas comuns vão simplesmente ser transportadas por automóveis que pensam sozinhos, um pequeno nicho de mercado vai sempre procurar por emoções ao volante. Vão ser pessoas que querem ter o carro sob seu controlo e não sob o controlo de um computador. Vão querer sentir os limites mecânicos do carro, e vencer obstáculos sozinhos. E para isso vão querer ter uma caixa manual.

Uma incógnita para o futuro vai ser quantas pessoas vão querer conduzir um automóvel, num mundo de carros autónomos. Outra vai ser, onde o poderão fazer? E em que circunstâncias? Mas o mais provável é que esses carros sejam desportivos. Pequenos, leves, potentes, com motor de combustão, sem controlos ativos de suspensão, sem computadores. E onde o condutor vai ter que dividir a sua atenção entre rodar o volante e reduzir de quarta para terceira velocidade à entrada da curva.