Esta máquina vai fazer operações ao cérebro sem intervenção humana

M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Já imaginou se entrasse para uma sala de operações, e reparasse que estava completamente sozinha? Não há cirurgião, nem auxiliares, nem enfermeiros. Só uma máquina com peças protuberantes, finas e de aparência afiada. Não se preocupe, está tudo bem. Só está a olhar para o futuro da medicina e das intervenções cirúrgicas. É que as máquinas vão ser mais eficientes a fazer uma operação do que as mãos de um cirurgião. Em termos práticos, isto tem como consequência uma redução considerável do risco de infeção, uma recuperação pós-operatória mais rápida e um custo bem mais reduzido.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Em particular, a Faculdade de Medicina da Universidade do Utah, nos Estados Unidos, está a trabalhar numa máquina que vai poder fazer intervenções cirúrgicas ao cérebro, em que a broca normalmente usada para remover osso vai poder trabalhar sozinha, sem que uma mão necessite de guiar a máquina. William Couldwell, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da broca, explicou que uma cirurgia normal é “como uma escavação arqueológica. É preciso remover o osso muito devagar para evitar partes sensíveis”.

Em vez das duas horas normais para esta parte da operação, a broca vai poder fazer uma incisão em apenas dois minutos e meio, deixando Couldwell satisfeito: “Sabíamos que esta tecnologia existia, mas ninguém a tinha usado para aplicações médicas”. O seu colega, A.K. Balaji, acrescentou que interessou-se pelo projeto pois “permite fazer o trabalho duro com menos fatiga. A máquina faz um TAC e permite ao cirurgião escolher o melhor caminho para ir do ponto A ao ponto B, como o Google Maps. Também pode implementar barreiras para evitar tocar em áreas sensíveis. Depois a broca faz o trabalho de remoção do osso”. O restante da operação já é feito pela mão do médico.