M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
As marcas automóveis têm dado grandes passos para fazer com que as baterias dos carros elétricos sejam cada vez mais eficientes, com maior capacidade de carga. Autonomias de 400 a 500 km já começam a ser perfeitamente normais em veículos de qualquer dimensão quando, há menos de cinco anos, ainda eram fantasias. Mas a Honda prepara-se para introduzir um novo tipo de bateria, que promete ser dez vezes mais eficiente que as atuais.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A divisão americana da Honda fez um trabalho conjunto com o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e o Laboratório de Propulsão da NASA, de modo a tornar possível a produção de baterias de iões de flúor. Estas têm, teoricamente, a capacidade de acumular até dez vezes mais energia que as baterias de iões de lítio atuais, mas necessitavam de trabalhar a temperaturas de 150 graus para que os eletrólitos de flúor conseguissem manter a conectividade. Para resolver o problema, os investigadores das três organizações dissolveram sais de flúor e amónio num éter e criaram um novo tipo de cátodo de cobre, lantânio e flúor, que gera corrente à temperatura ambiente.

Além da maior capacidade de carga, estas baterias correm um risco muito menor de se incendiarem, eliminando a visão de carros elétricos com a bateria a arder por sobreaquecimento. O uso em massa de flúor para fabricar estas baterias também tem um impacto ambiental muito menor que a extração de lítio e cobalto, os dois principais componentes das baterias atuais.

Estes resultados ainda só foram obtidos em laboratório, e foram publicados no jornal científico Science pela Caltech. Ainda não há data para a introdução deste tipo de baterias em automóveis de produção, mas agora que o problema principal inerente às baterias de flúor foi resolvido, a Honda poderá começar a desenvolver um protótipo para começar a testar a sua utilização em automóveis.