M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Quando começarem a gerir vários detalhes da vida humana na cidade, as inteligências artificiais vão ser capazes de realizar várias funções simultaneamente e a grande velocidade. Mas Paul Allen, co-fundador da Microsoft com Bill Gates, encontrou um problema nestes complexos informáticos que se propõe resolver, investindo 125 milhões de dólares (100 milhões de euros) no Project Alexandria, com o objetivo de ensinar senso comum à inteligência artificial.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Allen explicou que “quando fundei a AI2 [ndr: Instituto Allen para Inteligência Artificial], queria expandir as capacidades da inteligência artificial através de pesquisa de grande impacto. Inicialmente, havia muita pesquisa na área do senso comum, mas esse trabalho ficou num beco sem saída. Algo que qualquer criança de 10 anos tem está em falta na inteligência artificial, e queremos reiniciar esta pesquisa e quebrar barreiras”.

Oren Etzioni, que gere o Instituto Allen, acrescentou que “nenhum sistema de inteligência artificial consegue responder a perguntas tão simples como se amanhã as minhas peúgas vão estar na gaveta onde as deixei, ou como podemos saber se um pacote de leite está cheio. Quando o AlphaGo bateu o melhor jogador humano de Go em 2016, o programa não sabia que estava a jogar um jogo de tabuleiro”.

As inteligências artificiais parecem ter problemas em compartimentalizar a importância das suas experiências, ou como usar informação para extrapolar situações sem ter 100 por cento dos dados, e isso poderá ser um obstáculo à sua utilização ao lado de seres humanos. Para Gary Marcus, fundador da Geometric Intelligence, agora uma subsidiária da Uber, “senso comum é a fundação da inteligência. Sem ela, a inteligência artificial estará condicionada a utilizações limitadas por não ser flexível como o raciocínio humano”.