M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Como cientista, Shuji Nakamura já podia sentar-se à sombra da bananeira e viver dos louros de ter conquistado o Prémio Nobel da Física de 2014. Mas, mais importante que isso, o cientista nipo-americano é a pessoa responsável por mudar a vida de toda a população mundial, graças à sua invenção do LED azul de alta capacidade, tecnologia que tornou possível o ecrã de alta resolução dos smartphones e a substituição do DVD pelo Blu-Ray. Mas Nakamura não quer pensar no passado e sim no futuro. Por isso, e porque achava que os faróis do seu carro não iluminavam muito a estrada, resolveu criar uma empresa só para inventar novos faróis a laser que são 10 vezes mais fortes que os faróis LED normais.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Apesar de iluminarem mais, estes faróis a laser da SLD Laser também consomem menos energia que os LED, e apesar da iluminação forte, não vão encandear os condutores que se deslocam no sentido contrário. Mas há ainda outra função vantajosa, que se vai tornar importante no futuro do automóvel. Os faróis a laser vão ser usados para transmitir dados a partir de carros autónomos para outros carros autónomos. A informação codificada nesta luz pode ser transmitida a uma velocidade cem vezes superior, pelo que não só vão poder analisar o terreno circundante com mais facilidade, em condições de baixa visibilidade como noite ou chuva, como também vão poder enviar essas informações a outros carros nas redondezas, mantendo-se sempre informados de todas as situações e protegendo os passageiros de forma mais eficaz.

Quanto à falta de encandeamento destes faróis a laser, Shinji Nakamura assegura que o feixe é dinâmico e muda de direção sozinho, conforme detete a presença de outros carros na estrada. E esta tecnologia está quase a chegar ao mundo automóvel, pois está prevista a sua introdução no BMW Série 5 e nos modelos da série M até ao final do ano.