M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Alguma vez pensou em andar num carro feito de madeira em vez de aço? A ideia parece ridícula, mas o futuro do automóvel poderá passar pelo uso de uma nova “madeira metálica” que promete oferecer a resistência de metais como o titânio, mas com um peso quatro a cinco vezes mais leve. Se for usada em veículos automóveis, poderá ser uma grande benesse ao tornar o automóvel mais seguro para os ocupantes, ao mesmo tempo reduzindo consideravelmente o consumo de energia.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Este novo material está a ser desenvolvido por investigadores de três universidades diferentes, tendo os resultados da pesquisa já sido publicados no jornal científico Nature. Embora seja descrito como “madeira metálica”, na verdade o material é feito de um metal, níquel. Para o estudo, o grupo de cientistas criou uma película de níquel com poros microscópicos, que consegue oferecer a mesma força e resistência do titânio mas com um peso quatro a cinco vezes menor.

É esta porosidade que faz com que esta película de níquel seja descrita como uma “madeira metálica”, pois imita a porosidade da madeira, enquanto a resistência vem da maneira como os átomos de níquel foram “montados”. Estes poros também oferecem outras propriedades, pois os investigadores das três universidades poderiam aproveitar estes buracos para montar outros materiais, incluindo os mesmos químicos e metais encontrados em baterias, fazendo com que o material estrutural também possa produzir energia.

Agora, o objetivo é fazer uma estrutura visível que possa ter aplicações a uma escala real e usada em processos industriais. A película de níquel que foi criada para o estudo científico tem apenas 10 nanómetros (ou 0,00001 milímetros), mas a equipa liderada por James Pikul, da Universidade de Engenharia da Pensilvânia já conseguiu criar amostras de laboratório com uma área de um centímetro quadrado, a face de um dado num jogo de tabuleiro. Embora a indústria automóvel possa aproveitar esta “madeira metálica” para reduzir o peso do chassis e da carroçaria, os investigadores apontam para próteses médicas como uma das primeiras aplicações potenciais.