M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Com a chegada de automóveis autónomos, vai mudar a forma como os veículos vão ser usados dentro das cidades. Uma dessas mudanças é a eliminação progressiva da necessidade de uma pessoa ser proprietária de um automóvel, passando a recorrer a serviços de mobilidade em que frotas vão disponibilizar táxis autónomos conforme a procura. Para as autoridades locais, esta é uma oportunidade para reduzir o trânsito em zonas urbanas, reduzindo emissões poluentes e aumentando o espaço disponível para peões.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Atualmente, o principal obstáculo a ultrapassar é garantir que uma pessoa tem sempre acesso a um automóvel, com um tempo de espera mínimo, quando se espera que existam centenas de milhares pessoas a necessitar de um veículo numa determinada área. E isso significa que vão ter que ser criados poderosos algoritmos de computador. Mas a solução não deverá estar muito longe, de acordo com uma pesquisa do Sensable City Lab, uma divisão do Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT).

A pergunta que é preciso responder, para acabar com o problema chamado “frota mínima”, é “quantos táxis é que Nova York vai precisar?”. Atualmente, estão em atividade 13.500 táxis na cidade americana, transportando 500 mil pessoas por dia, mas de forma pouco eficiente, implicando viagens à procura de clientes, ou filas de espera em parques de táxis.

O algoritmo criado pelo laboratório do MIT introduziu uma variável chamada “rede de partilha”, de modo a que o mesmo veículo possa fazer duas viagens sem perder tempo. Simulando um total de 150 milhões de viagens de táxi durante um ano, a equipa de laboratório estima que, com veículos partilhados, o número de transportes públicos ligeiros em circulação poderia ser reduzido em 30 por cento, caindo de 13.500 para cerca de 9000 automóveis.

E nem foi preciso dois desconhecidos partilharem o mesmo veículo na mesma viagem, o que poderia reduzir ainda mais o número de veículos em movimento. Efetivamente, reduzindo o número de veículos na estrada vai forçar a própria rede a tornar-se mais eficiente na partilha de automóveis e viagens diárias.